Passei minha noite inteira vendo live de pessoas aleatórias no BIGO LIVE e tentei a todo custo criar um perfil lá que me deixasse famoso.
Obviamente que não funcionou e me deixei levar pelo cansaço.
Vida de pobre não é fácil.
Minha tia havia saído mais um dia para o trabalho e eu fiquei novamente na casa.
Desliguei o ar-condicionado e fui na direção do banheiro para escovar o dente.
Peguei meu celular vi que tinham 7 ligações e uma mensagem.
Mãe - Oi meu filho, eu estou me sentindo sozinha e queria que você viesse pra casa
Revirei os olhos de uma forma que consegui vê o que tinha dentro da minha cabeça.
A falsidade como sempre.
Sempre quando ela perde a batalha, apela para o meu emocional e sempre sabe que eu vou sentir pena, pois, não importa o quanto as pessoas me maltratem eu sempre desculpo.
Deixei o celular de lado e fui caçar a farinha Lacta.
Abri o único armário da minha tia, esquentei uma água e coloquei o leite.
Peguei a farinha Lacta e quase acabei.
Desculpa tia, depois eu compro pra você - pensei.
O celular começou a vibrar em cima da pia e eu fui correndo vê se era o Raphael.
Acertei.
Acordou?
Sim, estou tomando o café agora. - enviei e terminei o café da manhã.
Pronto para hoje?
Tá tudo ok, vou esperar lá na frente.
Ok
Peguei a mesma roupa que usei dia anterior e passei um perfume.
Estou sentindo uma vergonha alheia de mim mesmo agora então relevem.
Botei o sorriso no rosto.
Aquele sorriso bem falso de que tá tudo bem e eu não estou pra surtar. Não tem como não enlouquecer na sociedade em que vivemos.
Passei uma vassoura no chão para tirar o pó da farinha e fui trancar a porta.
Fechei tudo e coloquei a chave no ar-condicionado.
Passei pelo varal de calcinhas e peguei meu sapato e agachei-me.
Estou pronto.
O cheiro do perfume caro que eu ganhei do meu avô no meu aniversário tava na minha roupa.
Desci os lances de escada e fiquei que nem um bocó esperando o Uber no meio da rua vazia e que poderia aparecer um louco me pedindo para aceitar Deus.
3 minutos
Sentei em um banco de madeira bem próximo ao igarapé.
Igarapé é o que chamamos de córrego, rio ou local onde a população mal educada joga lixo e porcarias. E depois reclama que a mãe natureza fazem eles ficarem sem casa.
2 minutos
Dei uma xeretada do cú
1 minuto
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Diário de um garoto que posta nude na internet
Non-FictionOlá a todos, eu sou o que sobrou do roscariano. Uma versão sexy, maluca e só um pouquinho maléfica. Essa é a história de como tudo deu errado na minha vida. É o fim do Saimon e o nascimento do roscariano como figura, espírito e entidade maligna. Nã...