Capítulo 4

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Ouvi o barulho ensurdecedor do meu celular tocando, e me amaldiçoei infinitamente por não tê-lo deixado no mudo. Tateei ainda com meus olhos  fechados a procura do aparelho, provavelmente ele devia ter tocado por segundos, mas pra mim pareceram os mais eternos de toda minha vida, graças a uma noite mal dormida. 

Por um momento pensei que todos os acontecimentos do dia anterior, havia sido um sonho, e que aquele momento constrangedor só existiu em meus pensamentos. 

Consegui pegar enfim o telefone, mas o derrubei de forma desastrada no chão, foi quando finalmente consegui abrir os olhos e ver a forte claridade que ultrapassava as janelas. 

Era domingo... quem diabos ligaria tão cedo?

— Alô... — Disse com voz embargada, devido ao sono que possuía.

— Bom diaaaa! — Disse alegremente a voz do outro lado. — Não acredito que ainda estava dormindo!? Já são meio-dia!

— É domingo.

Respondi me ajeitando na cama tentando fazer meu corpo acordar.

— Você está melhor ? — Perguntou desviando meu comentário. — Foi embora cedo ontem... não gostou da festa?

— Estou bem... — Falei forçando alegria. — ... eu só não estava no clima... cansaço acumulado. — Menti.

— Nossa, foi ótima! — Disse eufórica. — Não faço nem ideia de como cheguei em casa. — Gargalhou sem vergonha do jeito que só ela sabia.

— Graças a mim! — Ouvi a voz de Hyejin gritar ao fundo.

— Você estava pior do que eu. — Wheein respondeu. — Enfim, que bom que está melhor... vamos almoçar? Hoje é domingo, por favor... não diga não!

Considerei a proposta instantaneamente. Eu sabia que no fundo o que menos precisava era remoer os fantasmas do passado, e minhas amigas faziam quaisquer preocupações parecerem nulas. Mordi os lábios e finalmente concordei, foi quando ouvi ela dizer do outro lado da linha antes de desligar:

— Em vinte minutos, lugar de sempre...não se atrase!

Era disso que eu precisava, de boas companhias ao invés de pensar de forma irracional nela. Ela estava bem! Mas porque não estaria? Ela não havia perdido nada! E ainda estava namorando.  Por Deus, aquela menina parecia ter vinte anos. Resmunguei comigo mesma por ter aqueles pensamentos descabidos. 

Caminhei até o chuveiro e tomei um banho rápido. Optei por não me produzir muito, não iria me arrumar para ver aquelas malucas que gentilmente, chamo de amigas.

 Me olhei rapidamente no espelho e apesar dos traços em meu rosto aparentar que não havia dormido bem, optei apenas em por um óculos escuros e não usar maquiagem, elas ja haviam me visto em condições piores.

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