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Ana

Ao descer o morro eu sai sem rumo, não iria para casa agora,precisa esfriar a cabeça.

Andei sem rumo é parei em uma lanchonete que estava aberta.

Me sentei em uma das mesas e logo veio uma menina que parecia ter a idade da gabi para me atender.

Atendente: Boa noite, o que vai querer?.- chegou com um bloquinho de notas.

Eu: por favor um suco e um sanduíche.- olhei para ela e sorri.

Atendente: só isso?.- assenti e ela saiu.

Peguei meu celular e olhei as redes sociais, entrei no perfil dos filhos e fui as fotos deles.

Vi uma foto da gabi e do Gusta quando eram pequenos,postado pela gabi, ela havia feito um textinho que dizia o seguinte:

"Não é um dia especial nem nada, nenhum data comemorativa, tava revendo algumas fotos antigas que mamãe tinha em um cartão de memória, acabei achando essa, uma das únicas fotos de quando a gente era pequeno, e eu sei que esse era nosso melhor tempo, se soubéssemos que crescer seria tão difícil eu tenho certeza que teríamos pedido a Deus para nunca crescer, lembra que quando era pequena adorava encher teu saco, o única pessoa que eu tinha para brincar era você, e você simplesmente não queria, com o tempo você foi adotando a idéia de também me encaixar nas coisas que você fazia, assim nos tornamos próximo e nunca desgrudamos, depois de grande e bobos que não ficamos tão próximo, mas mesmo assim saiba que se precisar de uma pessoa para conversar e dar conselhos eu estarei aqui,estarei aqui segurando sua mão sem soltar, o meu amor por ti vai ser para sempre, te amo infinitamente mané" ass: sua melhor irmã.

Logo abaixo da postagem tinha um comentário do Gustavo aonde ele dizia.

Gus.Tavo: eu só tenho você de irmã, otaria kk
     Rsps: por isso mesmo baby😚

Esses dois são os amores da minha vida, em pensar que eu passei por tanta coisa.

Não imaginária que chegaria aqui, ao ponto de poder ver meus filhos, mas graças a Deus eu pude ver isso.

Coringa me magoou de mais,nunca pensei que ele voltaria a ser aquele cara de antes.

Jamais passava isso pela minha cabeça, antes de ter a gabi eu ainda tinha esse medo, mas depois que tive ela eu percebi o quão ele tinha mudado em tudo.

Ou pelo menos eu pensava que sim.

Eu quis chorar naquele momento, chorar ao lembrar de tudo o que passei.

Todas as dores, todas as coisas ruins,desde de nova nada era fácil pra mim, é quando a gente pensa que vai dar tudo certo...

A vida ri na sua cara e fala "não, não".

Já fazia dias que eu e o coringa Não estávamos bem, e eu só não queria enxergar isso.

Eu coloquei na minha cabeça que talvez poderia ser paranoia minha,mas as vezes a gente se engana.

Engana a si mesmo ao tentar achar que tá tudo bem, tá tudo certo.

Eu deveria ter visto antes que isso não daria certo no final.

Comecei a chorar novamente e sai da lanchonete sem esperar minha comida mesmo.

Andei um bom tempo pelo morro e parei para tentar me acalmar, já que não parava de chorar.

Minhas vista estavam embaçadas por conta das lágrima,mas parece que foi só eu parar para respirar que chorei mais.

Eu precisava muito da minha tia,mas ela havia ido embora a um bom tempo.

Antes de eu puder apresentar as crianças para ela, ela estava sofrendo muito na mão do meu "tio"

E decidiu sair, meu tio acabou sendo morto pelos vapores por estar fazendo gracinha com mulheres.

Isso me abalou mais ainda,parece que quanto mais eu tentava me livrar de pensamentos ruins,mas eles vinham.

Suspirei e me levantei indo para casa,peguei meu celular que estava na minha cintura e olhei as horas.

3:20

Meu Deus,por quanto tempo eu fiquei na rua.

....

Entrei em casa e subi para meu "quarto",deixei a porta aberta porque seria rápida.

Liguei a luz e passei os olhos pelo quarto procurando minha mala,achei ela e já peguei colocando enfrente o guarda roupa e colocando algumas roupas

Eu tinha que ser rápida,sair dali antes que qualquer um chegue e tente me impedir.

Eu pelo menos pensei que poderia ser rápida ne.

Gabi: mae?.- olhei para porta aonde ela estava parada com Gustavo ao seu lado.- aonde se tá indo?.-escorou na porta.

Eu: vou ficar um tempo fora do morro.- Gustavo nesse momento descruzou os braços.

Gus: como é? O que aconteceu?.- eles entraram no quarto.

Minha única reação foi começar a chorar, a feição de Gabriela já mudou e ela me olhou triste.

Gabi:mae.- falou com uma voz embargada.- o que ouve?

Eu suspirei e me sentei no chão negando com a cabeça, abri os braços pedindo um abraço

Gabriella correu para vir me abraçar no chão,apertei ela em meus braços fechando os olhos.

Logo depois senti Gustavo os braços do Gustavo nos abraçar em um abraço quentinho.

Eu me acalmei e  olhei para eles.

Gus: fala com a gente mãe.- segurei as mãos deles.

Eu: eu preciso de um tempo para mim, eu não vou embora, vou continuar perto, vou morar em um dos prédios perto do morro.

Gabi: porque?

Eu: eu preciso de um tempo para mim,meu amor.- acariciei sua mão.- as portas da minha casa sempre estarão abertas para você.- escorreu uma lágrima.- eu vou ficar bem.

Gabi: você é papai brigaram?.- assenti limpando o rosto.- eu falei gustava.- ela olhou para ele.

Gus: mae, eu vou tá sempre ao lado da senhora para tudo, o pai fez algo de mal para você?.- eu neguei.- ok, eu amo vocês muito, se precisar de mim para qualquer coisa vou estar aqui,assim como quando eu precisei você esteve.

Eu sorri.

....

Guardei a última mala no carro, eu não tinha me dado nenhum carro nem nada, porém Gustavo tinha me dado o dele para ficar comigo.

Eu: Obrigada por me emprestar os carro filho.- abracei eles.

Gus: agora ele é da senhora.

Eu: deixa eu ir antes que seu pai aparecesse.

Dei um beijo neles e desci, eu começaria outra vida.

Crias Do Morro Onde histórias criam vida. Descubra agora