De leste a Oeste

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 Mandala acordou de novo antes do amanhecer e foi para o mesmo lugar que sempre ia naquele horário. Acompanhava o nascer do sol e sua primeira hora dali todos os dias, desde que ela se foi.

Agora parando para pensar, foi muito fácil tê-la ao seu lado. Talvez Lanyi sempre soubesse das coisas que aconteceriam e por isso estar ao lado de Wei Ying o tempo todo fosse a forma dela ser realmente o escudo dele na hora mais perigosa.

Agora olhando para trás fazia todo o sentido. Todo.

E sentia muita melancolia em pensar que no fundo ela nunca esteve ali pela imperatriz embora segundo seu protegido, em seus últimos segundos, ela tenha dito que lhe amava.

Lanyi era como todos os Lans do mundo, impassível e de difícil compreensão. Mandala devia ter sido mais atenta e cuidadosa.

Ainda reflexiva como nas últimas semanas, ela viu despontar no céu uma de suas águias gigantes enviadas juntos com a comitiva de cultivadores para levá-los com segurança ao outro continente. Aquele foi outro dos pedidos da sua deusa, de fato, ela sabia mesmo o que viria do futuro...

A águia pousou perto dela e se curvou solene. Mandala se aproximou e tocou em sua testa com a mão espalmada e logo estava dentro de todas as lembranças de tudo o que ela viu. Aquela águia se chamava Ávida, e ela foi levando o general fantasma e ficou responsável por assistir tudo de ponto seguro e vim lhe reportar assim que fosse possível.

Sua mente recebeu as imagens dos cultivadores chegando, do rei dos demônios levando todos através de seus portais que cruzavam longas distâncias imediatamente ao recanto das nuvens e lá então o ataque feroz foi feito até a invasão da famosa biblioteca, as águias subiram aos céus e aguardaram, mas águias enxergavam longe e Ávida especialmente enxergava para além de pedras e paredes.

Mandala assistiu uma longa disputa entre Lan Xichen e o corpo possuído das três almas, de Lan Zhan com seu próprio tio e mestre e dos dois casais amigos e o general fantasma com os exércitos gigantes que cercavam a região composto por inúmeras seitas.

O invocador, aquele que queria soltar o mal no mundo tocando e cantando as músicas perigosas, sofria tentativas de ser calado de muitas maneiras e o cervo alfa mortal usava sua nova arma magistralmente, contudo a coletânea da desordem de fato era como seu nome a anunciava.

Portadora do caos.

A batalha foi árdua e longa, e o corpo com as três almas parecia embebido de poder, até que uma luz vermelha e roxa, um som de flauta e estalos de trovão ressoaram dentro da biblioteca vindo de lugar nenhum, ainda que a construção estivesse cercada por sombras impenetráveis, e em um único golpe como um machado invisível, caiu sobre o livro nas mãos do seu invocador e o explodiu em chamas de poeira cósmica com tal intensidade e luz que saiu da biblioteca e ressoou pelos imenso céu acima das montanhas frias.

Era um feixe intenso e era como uma trilha de arco íris fulgurante riscando do chão aos céus em brilho fosforescente até se desvanecer como se nunca houvesse existido tamanho poder.

Mandala sorriu satisfeita.

Wei Ying e seu irmão estavam de novo unidos. O feiticeiro tinha conseguido o quase impossível feito.

Quando a luz bicolor se foi, o corpo do portador das três almas estava carbonizado no chão da biblioteca agora destruída e o seu invocador tinha se jogado sobre a espada de Lan Xichen enquanto o brilho cegava a todos. O velho ancião dos Lan também estava morto, decapitado, com sua cabeça caída próxima do corpo carbonizado e Wangji segurava sua espada sempre imperiosa, agora coberta de sangue familiar gotejando em justiça fria.

WangxianOnde histórias criam vida. Descubra agora