O Cachecol Vermelho

Nine

KMS - Sub Urban

– Posso dormir na sua casa hoje? – Soobin perguntou quebrando o silêncio que pairava em meio a nós.

– Tanto faz. – respondi sem ânimo. Não queria ter falado com ele dessa forma, mas não consegui falar de outro jeito.

– Eu vou dormir lá então. Quanto menos tempo passar na minha casa, melhor. – sorriu e eu sorri forçadamente em resposta. Quando percebeu que eu não iria falar nada, ele continuou. – Bem, eu vou cozinhar hoje.

Olhei para ele. Soobin era um desastre na cozinha. Comecei a balançar a cabeça negativamente.

– Soobin. Você sabe o que aconteceu da última vez que você tentou cozinhar. Quase explodiu a cozinha. – falei gentilmente.

– Tem razão. Sou péssimo na cozinha. – sorriu e olhou para frente. – Uma vez, na casa da minha avó, sem querer coloquei fogo num jornal que cobria o fogão. Aí fui tentar apagar o fogo com o pano. Sabe o que aconteceu? Plano pegou fogo também. E o que eu fiz? Joguei o pano fora e fingi que nada aconteceu.

Não consegui conter uma risada. Soobin me encarou e sorriu.

– O que foi? – perguntei sorrindo.

– Eu já te disse isso e vou te dizer de novo. Você devia sorrir mais. Seu sorriso é perfeito. Ilumina qualquer um que o veja.

Fiquei com vergonha após ele dizer isso. Apenas continuei andando, sorrindo fraco. Chegando em minha casa, entrei primeiro. Soobin entrou logo depois. Joguei minha mochila no sofá e ouvi as patas de Tom correndo pelo corredor. Logo, o pastor alemão apareceu e pulou em Soobin. Os dois estavam felizes, e para mim, isso já bastava.

Enquanto eu cozinhava, Soobin apenas brincou com Tom. Aquilo deixava meu coração quente. Talvez a cena me lembrasse a infância que eu não tive?

– Vem comer. – falei colocando os pratos na mesa.  Fiz Kimchi e peguei um refrigerante que estava na geladeira. Me sentei. Soobin sentou de frente para mim.

– Isso está com uma cara boa! – sorriu. Então deu uma bocada. Então começou a tossir. Parecia estar se... Engasgando?

– Soobin! – levantei rápido e me coloquei ao lado dele. Então ele parou e sorriu debochado.

– Te peguei. – riu. Me apoiei na mesa. Estava sem fôlego.

– Você me deu um susto, seu idiota. – soquei o ombro de Soobin. – Minha comida está tão ruim assim?

– Hey. Desculpe. Só estava brincando. Não queria te assustar. – Soobin passou a mão nos meus ombros.

– Vamos comer. – falei emburrado. Ele sorriu e voltou a comer.

Deixamos Tom na sala e nos dirigimos ao meu quarto. Soobin se jogou na cama e deu um longo suspiro.

– Vou tomar um banho. Enquanto isso vai escolhendo uma roupa pra você. – falei e entrei no banheiro.

Tomei um banho quente e rápido. Eu dificilmente conseguia me esquentar, então eu tomava banho com a água escaldante. Saí do banheiro e vi Soobin na mesma posição de antes, só que dessa vez mexendo no celular. Quando ele viu que saí do banheiro, entrou logo em seguida.

Sentei na cama com as costas apoiadas na cabeceira. Eu estava com um sentimento pesado dentro de mim. Tudo que eu já havia ouvido de ruim estava se impregnando em minha mente.
Respirei fundo e joguei a cabeça para trás. Fechei os olhos.

Depois de uns quinze minutos, Soobin saiu do banho. Uma grande onda de vapor saiu de dentro do banheiro.

– Quer me falir gastando tanta água e luz assim? – falei brincando.

– Me desculpe, senhor. – ele sorriu e se jogou em cima de mim, me encarando. – Tem alguma forma de eu te recompensar?

Meu coração começou a palpitar rápido. Senti o cheiro do shampoo especial do Soobin invadir meus pulmões. Ele se aproximou do meu rosto. Estava a centímetros de distância. Colocou a mão no meu rosto delicadamente.

Então se aproximou mais e colou nossos lábios. Logo sua língua já estava se entrelaçando à minha. Um fogo se acendeu dentro de mim. Todo o peso de meus problemas diminuíram. A sensação de medo e tristeza foram substituídas pela sensação de prazer.

Me deitei na cama, ficando por baixo do enorme corpo de Soobin. Então ele começou a beijar meu pescoço. Eu sempre fui muito sensível a toques. Principalmente no pescoço.
Deixei um suspiro fraco escapar de meus lábios.

Trocamos de posição. Soobin deitou e colocou as mãos em meu quadril. Ele mordeu o lábio olhando de cima para baixo. Tirei sua camisa. Então comecei a dar beijinhos, que desceram de seu pescoço até seu abdômen. Soobin soltou um gemido baixo. Me deixei levar pelo momento.

Acordei com um raio de sol em meus olhos. Havia uma maldita fresta aberta na cortina. Olhei para o lado de vi Soobin dormindo como um anjo. Como ele conseguia parecer fofo e sexy ao mesmo tempo?
Levantei sem fazer barulho. Fui para o banheiro fazer minha higiene pessoal e me dirigi para a cozinha. Ouvi barulho antes de chegar no cômodo. Fiquei com um leve medo. Andei devagar e sem fazer barulho. Quando tomei coragem, num pulo, estava na porta da cozinha. O que eu vi era como um soco no estômago.

– Pai? Mãe?