Señorita - Shawn Mendes&Camila Cabello
– Mas que diabos é isso, Soobin? – perguntei sorrindo.
– Olha só! Ele entrou aqui! Eu não sei como. Mas entrou. – respondeu feliz.
Soobin estava segurando um filhote de cachorro. Era um pastor alemão. Estava meio magro.
– Será que ele foi abandonado? E como será que ele entrou aqui? – perguntei passando a mão no cachorro que começou a lamber minha mão.
– Provável. Ele está magro demais e está sujo. E como ele entrou eu não sei. Você deve ter deixado a porta aberta alguma hora. – Soobin disse e me encarou com brilho nos olhos. – O que você acha de adotar ele? Eu não posso deixar ele lá em casa.
– Não sei Soobin. Não sei se é uma boa ideia. – respondi me afastando dele.
O cachorro choramingou.
– Viu só?! Ele quer você. Por favor! Eu ajudo a pagar os cuidados dele. Eu vou sempre vir aqui pra cuidar dele. – ele estava com os olhos tão brilhantes quanto uma estrela.
Suspirei e Soobin sorriu. Ele já sabia o que eu ia dizer.
– Só porque eu gosto muito de você. Não consigo dizer não para você. – disse me dando por vencido.
Soobin olhou para meu bastão na mão.
– O que pretendia fazer com esse taco? – Ele riu.
– Não sei. – sorri. – Pretendia bater no que estivesse aqui. E provavelmente eu ia perder. Mas o que importa é a intenção.
Ele riu mais.
– Vamos dar comida para ele. – comentei saindo do quarto.
Fomos até a cozinha.
Soobin sentou com o cachorro no colo. Eles pareciam felizes. Tanto Soobin quanto o cão.Peguei um pão e molhei no leite.
Coloquei em um pote de plástico.– Deixe ele em paz um pouco né Soobin. – sorri e coloquei o pote no chão. Soobin fez cara feia, mas soltou o cachorro.
O pequeno animal foi andando devagar até o pote.
Ele comeu tudo o que tinha no pote em questão de segundos.
Quanto tempo ele estaria sem comer? Aquilo me cortou o coração.– Vou ir lá preparar um lugar para ele dormir. – falei.
– Vou junto. – pegou o cachorro e seguiu atrás de mim.
Acabei por pegar um cobertor velho e o coloquei ao lado da nossa cama.
Soobin soltou o cachorro e ele caminhou alegre em direção ao cobertor.
O cão deu três voltas e deitou.
Se aninhou facilmente.– Que fofo. – Soobin disse baixo.
– Vamos fazer o mesmo que ele e vamos dormir.
– Ainda quer dormir comigo? – Soobin perguntou com cara maliciosa e sorridente.
– Posso? – perguntei tímido.
– Ainda pergunta? – sorriu.
Sorri fraco e deitei ao seu lado, virado com o rosto para ele.
Analisei todo o seu rosto.
Não tinha reparado como ele era bonito.
Sexy e fofo ao mesmo tempo.
Como alguém conseguia acabar com meu psicológico assim?Não pude me segurar.
Dei um beijo lento em Soobin.
Soobin sorria sem parar.– Você está feliz? – perguntei me aninhando em seu peito.
– Como nunca estive. – ele beijou o topo de minha cabeça. – Meu sonho sempre foi isso.
– Isso o que? – sorri.
– Uma família.
– Como é? – perguntei. Será que ouvi direito?– Boa noite Yeonjun. – mudou de assunto.
– Boa noite.
– Yeonjun! Acorda! Estamos atrasados! – Soobin me chacoalhava.
Abri os olhos e olhei para ele.
Já estava vestindo o uniforme.– Droga! – levantei rápido.
Vi o cachorro dormindo calmamente nas cobertas que deixei no chão.
– Vamos deixar ele aqui por agora, aí quando a gente voltar da escola, a gente vê o que faz. – falei arrumando a gravata.
Soobin concordou com a cabeça e fez carinho no cachorro.
– Até depois. – falou com voz fofa e saiu do quarto.
Saí atrás dele.Apesar de Soobin ter quinze anos e aparência de adulto, ele tem alma de criança às vezes.
Amo isso.
Deixei comida, água e jornal para o cão e saí de casa rapidamente.
– Como vai ser o nome dele? – Soobin perguntou enquanto caminhávamos.
– Não faço ideia. Alguma sugestão? – perguntei dando de ombros.
– Tom? Sei lá. Combina com ele. – ele sorriu.
– Então está decidido. Tom é o nome do novo membro da família. – não contive o sorriso.
– Sabe... – Soobin falou mudando seu tom de voz eufórico para um tom calmo e doce. – Que bom que meu cachecol foi arrastado pelo vento aquele dia.
– Por que?
– Eu conheci você.
Meu coração palpitou rápido.
– Nem é grande coisa ter me conhecido.
– É sim. Muito. – ele bagunçou meu cabelo e olhou para o chão. – Aquele cachecol é muito importante para mim. Era do meu irmão. Aquilo foi a única memória boa que ele deixou.
– Sinto muito Soobin.
– Eu ainda não superei a morte dele.
Eu não sabia o que dizer a ele. Eu não sabia como era perder um membro da família. Só quase não tive meus pais presentes na minha vida, mas nem se compara a dor de perder alguém que ama muito.
– Ele era meu porto seguro. Por mais que fôssemos gêmeos, ele era o preferido, entende? Mas ele sempre me dizia que não, que eu era melhor do que ele. Que eu era o preferido. Que eu era perfeito. – sua voz falhou. – Estava tão óbvio. E eu não notei os sinais que ele deu. – Soobin fungou.
Segurei seu braço, o fazendo parar.
Puxei Soobin para um abraço apertado.
Ficamos um tempo parados ali mesmo, na calçada.– Eu sinto muito Soobin. De verdade. Se você quiser, eu posso ser seu porto seguro. – segurei o rosto dele e fiz ele olhar para mim.
– Nós podemos ser o porto seguro um do outro." Ele sorriu fraco.
"Sim. Podemos." Eu sorri e fiz carinho em sua bochecha. "Agora vamos. Estamos muito atrasados mesmo."
Quando chegamos na frente do colégio.
As pessoas que estavam lá fora, olharam para mim e deram risada.– O que... – comecei mas fiquei quieto quando vi uma folha no chão. Peguei ela e olhei mais de perto. – Mas que porra é essa?

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O Cachecol Vermelho
FanfictionMinha vida não tinha sentido. Pessoas a minha volta eram felizes, e por que eu não? Tudo começou com aquele cachecol vermelho. Aquele maldito cachecol vermelho naquela maldita noite de inverno. Se eu tivesse o deixado passar, será que o futuro seri...