Esperança

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--- Então você tem que casar com o velhote, digo, com o Lord? --- concordei sem ânimo

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--- Então você tem que casar com o velhote, digo, com o Lord? --- concordei sem ânimo. --- Vai fazer isso? Como podemos te livrar desse futuro desastroso?

--- Eu não faço ideia.

--- Como não? Quer saber? Esquece. Eu sou a amiga com ideias brilhantes. Já entramos num consenso quanto a isso. Vou pensar em alguma coisa.

--- Vai ser difícil e tedioso, eu garanto. Mas divirta-se tentando. Já pensei em mil e uma possibilidades, nenhuma me leva a lugar nenhum.

--- Você pode ter deixado algo escapar.

--- Acho que zerei minhas ideias e chances, Win. --- Deixei que meu corpo despencasse sobre a cama ao mesmo tempo em que Win dava um salto da mesma.

--- Sabe o que é isso? --- perguntou esticando  um fio longo e negro em minha frente.

--- Um fio de cabelo? --- Isso era bem óbvio.

--- Não!

--- Não?

--- É claro que não! Isso isso é esperança.

--- Win, por favor me diga que você passou na adega antes de vir pra cá.

--- Eu não estou bêbada, Leen.

--- Então é realmente louca.

Ela aproximou o fio de meu rosto quase o enfiando em meus olhos. E então prosseguiu.

--- A esperança é uma linha tão fina quanto um fio de cabelo. Mas é resistente. --- ela o esticou apenas o suficiente e antes que ele se partisse ela sorriu.

--- Enquanto esse fio permanecer intacto suas chances também estarão. --- sorri.

--- O fio de cabelo? --- ela fez uma careta e bateu as mãos fazendo com que o fio se perdesse no piso de madeira escuro.

--- Não, Leen. O fio de esperança, é claro! Nós ainda o temos. Nada está perdido.

Soltei uma gargalhada com vontade e estendi meus braços para ela que se jogou em cima de mim me esmagando. E então uma ideia passou tão rápido quanto uma flecha em minha mente.

--- Eu já sei! --- Soltei Win fazendo com que ela caísse de cara sobre a cama.

--- Ai, eu espero que seja uma ideia realmente boa. --- ela se recompôs e nos sentamos de frente uma para a outra.

--- Anualmente os herdeiros de Velene se reúnem em Hems.

--- E o que fazem lá? --- Win é naturalmente curiosa.

--- Eu não sei. A anos Fallenbridge deixou de comparecer. Seria bem estranho ser a única senhorita em meio a tantos  homens.

---...Bonitos, educados, maravilhosos e com  altos títulos na nobreza, eu já falei bonitos? Principalmente o senhor seu primo. --- fui obrigada a me virar.

--- Win! --- ela sorriu e se apressou em trocar de assunto.

--- Você nunca quiz saber o que fazem?

--- Mas é claro que não! --- ela estreitou seu olhos castanhos para mim. --- Bom, talvez.

--- Certo. Qual o plano?

--- Bem, eu não posso pedir ajuda aos mais velhos porque eles iriam imediatamente ao Conselho e então todos saberiam sobre meu belo noivo. --- isso não poderia acontecer jamais. --- Então, quem sabe se eu pedir aos herdeiros? Somos jovens e temos ideias de governo e liderança muito distintas das dos antigos.

Diga sim, Win.

Ordenei mentalmente. Se Win minha grande amiga e irmã não comprasse minha ideia louca e sem sentido eu não teria mais a quem recorrer.

--- Então, nós meio que vamos invadir a farra dos herdeiros? --- um lindo sorriso se desenhou nos lábios de Win e refletiu nos meus também.

--- Basicamente. --- um gritinho lhe escapou.

--- Ah, espere. E se eles estiverem promovendo algo inapropriado? Nós teremos que participar também? --- seus olhos se arregalaram levemente.

Gostava do fato de Win ter uma imaginação fértil. Mas, as vezes, suas divagações iam longe demais.

--- Win, nosso único objetivo no momento é manter minha cabeça sobre meu pescoço.

--- Será que isso quer dizer não, ou um possível sim. --- seu sussurro confuso as minhas costas me fez rir.

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