Love me Harder: Jori

Capítulo 1

-Eu mereço saber o motivo de você estar terminando comigo! -Beck seguia Jade pelo corredor vazio da escola. O sinal havia tocado a menos de cinco minutos e o ex. casal não havia escutado, pois estavam ocupados discutindo o fim do relacionamento.

-O problema não é com você... - Jade revirou os olhos enquanto abria seu armário para pegar alguns livros.

-Essa é a desculpa para todo fim de relacionamento! -Beck se apoiou no armário ao lado. -Você se apaixonou por outra pessoa? Não foi? - Jade travou, engoliu em seco e tentou esconder a aflição e lógico que falhou miseravelmente.

-Não viaja! -caminhou em direção a sala do Sikowitz.

-É a Tori, não é? - A gótica parou de caminhar. -Não acredito que você se apaixonou pela Tori! -Beck falou um pouco alto, mas por sorte o corredor estava vazio.

-Não viaja! -Jade destravou de súbito. -Eu odeio a Tori! Odeio com todas as minhas forças!

-Quer convencer a quem com isso? Eu? -Beck ajeitou a mochila. -Ou você mesma? -Jade refletiu com aquelas perguntas.

-A mim mesma... -Mordeu o lábio com certa força. -Não comente isso com ninguém... -Apontou o dedo para o rosto do garoto. -Aproveite que estou sendo gentil! -Deu as costas para Beck e foi em direção a sua sala de aula. Por sorte a aula dos dois eram em salas diferentes naquele período.

Jade West pov's

Segunda-feira.

Entrei na sala com meu típico mau humor, sentei-me no fundo e pedi muito para não ser notada, não estava afim de papo aquela manhã, nem mesmo para Cat que era minha melhor amiga.

O meu querido professor - só que não- discursava sobre sua matéria e todos pareciam prestar atenção, menos eu, mas foda-se, nem dei muita atenção aqueles detalhes, já que eram coisas banais no meu ponto de vista. Eu tinha coisas mais importantes para pensar e fazer.

-Victoria Vega! -Me peguei prestando atenção a conversa quando o nome de Tori foi pronunciado. -Acho que vai querer dar uma passada na sala do diretor! -O careca pegou bruscamente o celular das mãos da garota.

-Babaca... -Falei sem pensar e jurei que não seria ouvida, mas, para minha infelicidade, aquele cara tinha ouvidos excelentes.

-Desculpe, mas acho que não entendi bem, Jade! -O professor se aproximou com os braços cruzados. -Pode repetir? -Senti os olhares sobre mim e um em especial me deixou desconfortável.

-Não tenho culpa se você é surdo! -Dei de ombros e olhei fundo em seus olhos. -Eu disse que você é um babaca! -Olhei na direção de Tori e me controlei para não ficar nervosa. -Poxa Sikowitz, ela não é a única no celular aqui! -Vi um garoto que estava ao meu lado me encarar nervoso, ou seja, não tinha mentido completamente naquilo.

- Porém, só vi a Victória no celular! -Entregou o aparelho para latina. -Fico feliz em ver que estão se tornando amigas, mas, infelizmente, as coisas não funcionam assim! -Ele cruzou os braços. -As duas ficam alguns minutos aqui na hora do almoço, detenção! -Bufei com a ideia de perder meu precioso tempo, mas decidi não questionar, visto que tudo que falasse agora poderia entregar meus sentimentos e isso não estava em questão.

Evitei contato visual com Tori o resto da aula, mas era bem difícil não observar aquela garota. Eu me apaixonei por cada detalhe e isso me irritava.

Quando o sinal tocou nem me dei ao trabalho de levantar, mas todos correram para fora -bando de mortos de fome-. O professor fez um monólogo de quase dez minutos e a Vega demonstrava estar bem irritada, pois a cada segundo inclinava a cabeça para trás. Um tempo depois me encontrei sozinha com a garota e meu coração começou a errar as batidas.

"Relaxa Jade! São apenas alguns minutos! Ela não vai puxar assunto! Ela não vai descobrir desses sentimentos!"

-Obrigada pelo que fez... -Tori falou comigo e aquele típico sorriso bem humorado não saia de seu rosto.

-Por que está me agradecendo? -Perguntei friamente, mas era só para tentar esconder o desespero.

-Você me defendeu! -Tori trocou de cadeira para sentar ao meu lado. -Eu sei que não foi sua intenção, mas foi muito gentil de sua parte!

-Só não gosto de injustiças, Vega! -Olhei para o outro lado e ouvi um suspiro.

-É tão difícil falar que gosta de mim? -Arregalei os olhos e encarei a garota em minha frente. "Porra, não pode estar tão na cara assim!" -Você não pode admitir que somos amigas?

-Não posso... -Cruzei os braços. -Eu não odeio você, mas, também, não posso te considerar minha amiga! -"Queria te considerar minha namorada!" - É complicado...

-Então me explica! -Revirou os olhos. -Você parece me odiar!

-Acredite que não odeio você... - Encarei seus olhos castanhos. -Eu na verdade... -Aquele seria o momento de tomar um fora.

-Vocês podem ir! - Sikowitz passou pela sala e percebi que não era hora de me fazer de pateta apaixonada.

-Jade espera! - Tori cruzou a porta indo atrás de mim e segurou meu braço. -Por favor, termina o que ia dizer! Você estava tão perto! -Os olhos dela estavam brilhando em lágrimas e aquilo foi o auge da dor para mim.

Não falei nada, apenas soltei meu braço e andei em passos rápidos pelo corredor. Me tranquei na sala do zelador e chorei como uma criança.

-Eu te amo... -Sussurrei. -Eu amo você, Vega! Amo cada detalhe seu! -Coloquei as mãos no rosto e chorei copiosamente. -Isso tem que acabar... -Peguei meu celular e disquei o número de casa. -Mãe? -Perguntei assim que alguém atendeu. -Estou indo para casa... -Falei tentando controlar as lágrimas. -Você vai entender... -Ela percebeu que estava chorando. -Estou disposta a fazer um trato com você, pois sei que minhas palavras não vão agradar! -Me levantei e caminhei até a saída.

Estava disposta a sumir da escola Hollywood Arts e da cidade para esquecer aqueles sentimentos e prometi a mim mesma que não voltaria até esquecer aquilo ou até ter uma resposta positiva. O mais fácil era esquecer.