Capítulo 3

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Yugyeom fitava o teto do seu quarto, tentando descansar um pouco antes de retornar à rotina de estudos. Estava tão cansado e ainda eram dez da manhã.

— Yug? filho?

O rapaz levantou a cabeça rapidamente e ao ouvir outro chamado correu do seu próprio quarto, indo para o outro cômodo da casa. Ali, as cortinas ainda estavam fechadas e o ventilador ligado em uma velocidade baixa somente para refrescar o ambiente.

— Filho, me ajuda a ir ao banheiro?

— Claro, vó.

— Você é um anjinho, Yug.

Era somente ele e a avó naquela casa. Quando pequeno, Yugyeom perdeu os pais em um assalto à mão armada na saída do shopping, ele não estava no dia, pois sua mãe e seu pai tinham resolvido sair em um encontro após dois anos sem tempo para tal coisa. Depois daquele dia, sua avó paterna recebera a sua guarda e desde então eles moram juntos.

Porém, há dois anos, sua avó teve um AVC e as coisas complicaram muito. Yugyeom teve que diminuir a quantidade de matérias que fazia na faculdade para cuidar dela e quando precisava ir para as aulas, pagava um cuidador para ajudá-la. No ano anterior, o rapaz conseguira uma bolsa da faculdade e junto com o dinheiro que a mais velha recebia da pensão do seu falecido avô, as coisas ficaram um pouco menos apertadas, porém ainda era muito difícil chegar ao final do mês sem dever alguma coisa.

— Vou abrir a janela para a senhora — disse o rapaz quando a mais velha estava de volta a cama após fazer as necessidades e lavar o rosto. — Estou estudando um pouco para a prova e daqui a pouco faço o almoço. Desculpa não poder dar comida à senhora hoje.

— Tudo bem, o cuidador é bonzinho comigo — garantiu a senhora, sorrindo. — Obrigada, meu filho. Sei que você faz de tudo por mim.

— Não é nada, vovó.

A senhora chamou o rapaz com a mão e após ele ajeitar a janela e deixar o ar fresco da manhã entrar no local junto com o som dos passarinhos e a luminosidade, ele foi para perto da avó, sentando-se na beirada da cama com cuidado.

— Eu tenho muito orgulho de você, Yug — disse a senhora, passando a mão no rosto do neto. — Muito obrigada por cuidar de mim, mesmo sendo tão complicado.

— Vó... Claro que vou cuidar da senhora. — Yugyeom sorriu. — A senhora cuidou de mim a vida toda. Eu que tenho que agradecer por tudo. Te amo, vovó.

— Eu também te amo, meu filho. — A mais velha deu um sorriso. — Agora eu já estou bem, pode ir estudar, meu bebê.

— Tudo bem... qualquer coisa, me chama, 'tá?

A mais velha concordou e Yugyeom deu um beijo em sua bochecha antes de pegar o livro que ela lia na noite anterior antes de dormir e deixar próximo a ela. Logo após, ele voltou para o seu quarto para estudar, tinha exatamente meia hora para repassar o conteúdo antes de ter que parar para preparar o almoço.

As coisas eram corridas, mas ele dava o seu jeito.

**

Após o almoço estar pronto, Yugyeom correu para mudar de roupa e ajeitar suas coisas para a faculdade, indo em seguida ao quarto da sua avó, mas ela tinha adormecido com o livro aberto na página que estava lendo. Ele sorriu e colocou o livro em cima do móvel de cabeceira antes de beijá-la na testa com carinho.

Quando o rapaz voltou à cozinha para comer qualquer coisa, pois não tinha tempo para um almoço completo, a campainha tocou. O cuidador tinha chegado antes da hora, era o que precisava para poder chegar na faculdade sem dificuldade e apertos.

Bad BehaviorOnde histórias criam vida. Descubra agora