~ Capítulo 11 ~

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  Ao longo dos dias mentir ficava cada vez mais insuportável. Eu mentia para meu irmão, meu pai, Jess e Stella, e até mesmo para Rose. Era como uma rede que aumentava a cada mentira contada.

Com a garganta sufocada me afastei das garotas e disse que precisava pensar um pouco, Jess perguntou se eu estava estressada e com a promessa de me acalmar ela perguntou se eu queria companhia. Recusei, me sentindo um pouco mal e fui em direção aos jardins. Como em uma coincidência terrível avisto as orquídeas desabrochando de frente ao meu banco preferido. Suspiro, e me aproximo,  tocando as pétalas lilás da flor.

Orquídeas são as flores preferidas de Henry, quando ordenei que fossem plantadas espécies da planta em todo o jardim, nunca passou em minha cabeça que um dia elas se tornariam as minhas inimigas. A flor está inclinada para cima como se me encarasse, amasso a orquídea com a mão quando uma lágrima escorre em minha bochecha. Isso me faz sentir um pouco melhor. Tanto, que repito o gesto a cada lágrima que rola por meu rosto. As lembranças voltam a minha mente como um raio, e uma reconheço facilmente, fecho os olhos.

  Olho Henry com um leve sorriso. Ele parece um professor enquanto me apresenta uma espécie de flor.

-...Essa é a orquídea Cattleya Haw Yuan Angel é fácil de cultivar, no entanto, floresce apenas uma vez por ano.- Olho ao redor discretamente, quando não avisto ninguém, passo meus braços por seu pescoço e o calo com um beijo. Henry retribui e quando nos afastamos o suficiente para respirarmos, sussurro:

- Te amo!- ele sorri depositando outro beijo em meus lábios e me abraça. Ficamos agarrados por um curto tempo, até ele se afastar e voltar a explicar sobre a orquídea Cattleya.

Á noite, depois do jantar nos encontramos novamente, e ficamos juntos até os primeiros raios de sol começarem a aparecer. Então, ele fala.

- Izabella, eu...

- Srta. Clarke - algo parece me chamar, apenas ignoro e volto a pensar.

 -...eu, acho que devíamos avançar um pouco mais.- o olho, curiosa.

- O que quer dizer com isso?

- Srta. Clarke.- pulo quando uma mão toca meu ombro. Assusto-me ao ver Cole me encarando, e me recomponho, passo a mão nas bochechas para secar as lágrimas. Mas não tem lágrimas, meu rosto está seco.

- Sr. Dharma - solto a flor que estava amassando na mão, e seu olhar observa a pequena planta amassada cair no chão - Pensei que estava sozinha.- ele assente e se vira para o pé de orquídeas que, está erguido como em desafio, tentando-me a arrancar mais uma flor de seu lugar. O encaro com raiva.

- Essa é uma orquídea Barkeria.- Cole diz, ergo os olhos da minha briga visual com a planta.

- Conhece essa espécie de plantas?- sem nem perceber alguma parte minha torce para que não.

- Só algumas, meu avô adorava a floricultura e passava o dia cuidando do jardim. Aprendi algo com ele.- encaro Cole sem nem um pudor, ele continua falando sobre seu avô e as flores dele mas minha atenção está em seus olhos. Ele tem olhos extraordinários. Olhos que se viram para mim nesse exato momento e me encaram de volta.

Tento desvendar o mistério que está preso em seu olhar, a codificação que está implorando para que eu a descubra. Algo se rompe dentro de mim, e sinto a aceleração de meu coração. A adrenalina pulsa em minhas veias, e me esforço mais para decodificar a expressão de Cole. Seus olhos franzidos o deixam com uma sensualidade selvagem, somado ao seu cabelo negro como carvão, ele me faz lembrar de uma espécie de felino que li sobre uma vez. Uma pantera negra.

- A senhorita está linda, Izabella - sua voz está baixa, e engulo em seco quando respondo.

- Isso não é verdade.- digo, pois essa é a verdade. Estou usando um antigo vestido azul que estava a muito guardado, pois Henry não gostava de azul. E meu cabelo tem tantos fios soltos que acredito que nem se parece mais um coque.

- Bem, pois também não é verdade que isso seja uma orquídea Cattleya.- aponta para a flor amassada no chão. Com mais um olhar, Cole se vira e se afasta.

Olho para o pé que a pouco eu encarava com raiva e examino as pétalas. Mas isso são orquídeas Cattleya. Olho para o espaço onde Cole estava a poucos segundos e automaticamente um sorriso cresce em meus lábios.

- Dessa vez eu caí, Cole, dessa vez.- passo pela a flor amassada no chão e entro na casa. O acontecimento recente parecia querer me instigar a aparentar ser forte e poderosa, assim como eu via que Cole era. Ainda que verdadeiramente eu não me sentisse assim. Eu também queria ser uma pantera.

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HELLO!

  Andei meio sumida por aqui mas estou aparecendo somente para agradecer vocês por estarem lendo.

  Esse capítulo foi bem difícil de sair, primeiro eu tive que fazer um estudo sobre orquídeas para poder falar um pouco sobre elas aqui, mas o Wattpad fez hora com a minha cara e apagou tudo o que eu tinha feito então eu tive fazer de novo. Por isso, falei menos. Maaas, eu super recomendo, gente, as orquídeas são flores lindas.

Graças a Deus esse capítulo saiu e isso é tudo por hoje.

Obrigadinha pela a atenção📍

PS. A orquídea que na capa do cap. É a Barkeria🌹

O EscurecerOnde histórias criam vida. Descubra agora