Capítulo 8 - Que bons ventos nos levem

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" 15 de março de 1500 de nosso Senhor
Passei um dia preso, mas pelo menos coloquei aquele irritante em seu lugar, agora que fui liberado, vamos ver o que nos aguarda".

Carlos: -- Finalmente livre!!

Inácio: -- Sim nobre amigo, mas evite certos conflitos.

Carlos: -- Eu sei, Eu sei, mas aquele foi um bom soco hahahahaahahah.

Inácio: -- Sim, foi sim, criaste até uma fama no meio da tripulação, és conhecido como "Carlos o Destemido".

Carlos: -- Sério ?

Inácio: -- Não!! Haahahahahahaahahah.

Carlos: -- Ora homem.

Inácio: -- Perdão, hahahahaha, tive que brincar um pouco, mas a verdade é que ganhaste respeito.

Carlos: -- A sim, bom e as novas ?

Inácio: -- Estamos com o serviço em dia e o Julian está obedecendo que é uma beleza.

Carlos: -- Nossa!!!

Inácio: -- Sim, nem olhas para o rosto de ninguém com vergonha e o olho machucado.

Carlos: -- Hum...

Inácio: -- Bom vamos, temos algumas coisas a realizar.

( Saindo os dois vão para o convés)

Cabral: -- Os dois!!!

Carlos/Inácio: -- Senhor !!!

Cabral: -- Vamos estar realizando uma missa hoje pela bênção do dia de bons ventos.

Carlos: -- Bons ventos ?

Cabral: -- Sim, vamos estar agradecendo a Deus por a bonança que seguimos na viagem.

Carlos: -- Sim senhor!!!

Inácio: -- Bom, recomendo que vá se lavar, o capitão gosta da tripulação bem arrumada neste evento.

Carlos: -- A sim!!!

(Mais tarde naquele dia)

Inácio: -- Muito bom rapaz, bem arrumado e penteado.

Carlos: -- Sim, faz tempo que não me arrumo assim.

Inácio: -- A Missa vai começar!!

(Padre entra com a Cruz e inicia a missa)

Carlos: -- Faz tempo que não vejo uma missa.

Inácio: -- Em viagens assim sempre trazemos um Padre para que a Bênção de Cristo esteja sobre a viagem.

Carlos: -- Compreendo...

Inácio: -- Você está bem ?

Carlos: -- Sim, é que...

Inácio: -- Fala rapaz!!

Carlos: -- Eu sou filho de um cristão novo, meu pai é nascido judeu, entretanto devido a nossa locação em Lisboa, ele se converteu a fé cristã.

Inácio: -- Compreendo, por isso o temor em falar.

Carlos: -- Quando era mais novo, sofri por isso, as crianças me chamavam de coisas horrendas por meu pai ser judeu.

Inácio: -- E sua mãe?

Carlos: -- Ela era católica praticante e fervorosa!! Dizia pra mim que Deus me protegia, mas poucas vezes vi essa proteção...

Inácio: -- Tenha ânimo rapaz, talvez Deus tenha te trazido a esta viagem e nos dado bons ventos, e não se preocupe!! Tenho amigos judeus e conheço uns bons Mouros.

Carlos: -- Sério?

Inácio: -- Sim, nestas viagens, acabamos conhecendo muita gente,mas hoje aproveite o momento.

Carlos: -- Sim, tens razão, bons ventos que sinto e agradeço.

Inácio: -- A propósito depois disso, vamos ter uma ceia.

Carlos: -- Ora, não brinque comigo!!!

Inácio: -- Sério!!

Carlos: -- Já te falei que adoro esses momentos ?

Inácio: -- Nota-se hahaahahahaha.

(No Porto de Lisboa)

Ana: -- Valha-me Deus, onde será que Carlos foi?

Erasmo: -- ANA!!

Ana: -- Sr. Erasmo.

Erasmo: -- Menina, onde tu estavas ? Tua família estava te procurando.

Ana: -- Eu sei, mas tive que fugir, fui atrás de Carlos.

Erasmo: -- Atrás de meu filho ? Aquele inconsequente não liga para Nós.

Ana: -- Me perdoe Sr. Erasmo, mas ele é um bom rapaz...e eu.....eu o amo, não posso me casar, sabendo do que sinto.

Erasmo: -- Ana,esqueça-o, ele foi embora para Paris.

Ana: -- Na verdade não...

Erasmo: -- O que ? Para onde foi ?

Ana: -- Ao que parece pegou a nau errada.

Erasmo: -- Que garoto burro!! Mas sabe qual Foi?

(Entra um bêbado)

Bêbado: -- Desculpe incomodar, Inc, mas a Nau do lado era a de Cabral.

Os dois: -- CABRAL ????

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