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A outra mulher não tem tempo para manicure, pois as louças na pia a deixam esquecer disso.

A outra mulher diariamente é vista com bobes nos cabelos, pois tem muitos afazeres que a impedem de ir no cabeleireiro.

A outra mulher mantêm as roupas de seu marido muito bem lavadas, passadas e perfumadas.

A outra mulher sentido a fragrância lembra-se vagamente da última vez em que ele lhe trouxe flores.

Sua cozinha está sempre muito limpa e arrumada, cheira a carne assada.

Na sala há muitos brinquedos espalhados e em todas as vezes que ele chega do trabalho, tropeça neles e diz que ela deveria arrumar mais a casa.

A outra mulher o trata como um rei, leva cerveja pra ele que, está sentado em uma poltrona que mais parece um trono, enquanto assiste a um jogo na televisão entediado da velha rotina.

Mas no final da noite ele a procura, e depois, a outra mulher vai dormir sorrindo
Porque, afinal, ela sabe que por mais que ele tenha qualquer caso
Ele sempre manterá seu amor por ela
A outra mulher sempre terá a sua companhia e ela nunca vai passar a vida
Sozinha.

Inspirado na música The Other Woman de Lana del Rey.

P.S.: A música da Lana del Rey trata-se do eu lírico como amante se referindo a si mesmo como "a outra mulher", e contando como é aquela vida.
Já no meu poema, é o eu lírico como amante se referindo a esposa como "a outra mulher".

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