VII

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- Tu vens então de outro planeta?

Mas ele não me respondeu. Balançava lentamente a cabeça considerando o avião:

- É verdade que, nisto aí, não podes ter vindo de longe...  

Mergulhou então num pensamento que durou muito tempo. Depois, tirando do bolso o meu carneiro, ficou contemplando o seu tesouro. 

Poderão imaginar que eu ficara intrigado com aquela semi-confidência sobre "os outros planetas". Esforcei-me, então, por saber mais um pouco.  

- De onde vens, meu bem? Onde é tua casa? Para onde queres levar meu carneiro? 

Ficou meditando em silêncio, e respondeu depois:

 - O bom é que a caixa que me deste poderá, de noite, servir de casa.  

- Sem dúvida. E se tu fores bonzinho, darei também uma corda para amarrá-lo durante o dia. E uma estaca. 

A proposta pareceu chocá-lo: 

- Amarrar? Que ideia esquisita! 

- Mas se tu não o amarras, ele vai-se embora e se perde...   

E meu amigo deu uma nova risada: 

 - Mas onde queres que ele vá? 

- Não sei... Por aí... Andando sempre para frente. 

Então o principezinho observou, muito sério: 

 - Não faz mal, é tão pequeno onde moro! 

E depois, talvez com um pouco de melancolia, acrescentou ainda:

- Quando a gente anda sempre para frente, não pode mesmo ir longe...




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The Little PrinceOnde histórias criam vida. Descubra agora