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Com efeito, no planeta do principezinho havia, como em todos os outros planetas,ervas boas e más. Por conseguinte, sementes boas, de ervas boas; sementes más, de ervas más. Mas as sementes são invisíveis. Elas dormem no segredo da terra até que uma cisme de despertar. Então ela espreguiça, e lança timidamente para o sol um inofensivo galinho. Se é de roseira ou rabanete, podemos deixar que cresça à vontade. Mas quando se trata de uma planta ruim, é preciso arrancar logo, mal a tenhamos conhecido. 

Ora, havia sementes terríveis no planeta do principezinho: as sementes de baobá

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Ora, havia sementes terríveis no planeta do principezinho: as sementes de baobá... O solo do planeta estava enfestado! E um baobá, se a gente custa a descobri-lo, nunca mais se livra dele. Atravanca todo o planeta. Perfura-o com suas raízes. E se o planeta é pequeno e os baobás numerosos, o planeta acaba rachando.  

"É uma questão de disciplina", me disse mais tarde o principezinho. "Quando a gente acaba a toalete da manhã, começa a fazer com cuidado a toalete do planeta. É preciso que agente se conforme em arrancar regularmente os baobás logo que se distingam das roseiras,com as quais muito se parecem quando pequenos. É um trabalho sem graça, mas de fácil execução."  

Em um dia aconselhou-me a tentar um belo desenho que fizesse essas coisas entrarem de uma vez na cabeça das crianças. "Se algum dia tiverem de viajar...", explicou-me, "poderá ser útil para elas. Às vezes não há inconveniente em deixar um trabalho para mais tarde. Mas, quando se trata de baobá, é sempre uma catástrofe. Conheci um planeta habitado por um preguiçoso. Havia deixado três arbustos..."  

E, de acordo com as indicações do principezinho, desenhei o tal planeta.

E, de acordo com as indicações do principezinho, desenhei o tal planeta

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Não gosto de tomar o tom de moralista. Mas o perigo dos baobás é tão pouco conhecido, e tão grandes os riscos daquele que se perdesse num asteroide, que, ao menos uma vez, faço exceção à minha reserva. E digo portanto: "Meninos! Cuidado com os baobás!" Foi para advertir meus amigos de um perigo que há tanto tempo os ameaçava,como a mim, sem que pudéssemos suspeitar, que tanto caprichei naquele desenho. A lição que eu dava valia a pena. Perguntarão, talvez: Por que não há nesse livro outros desenhos tão grandiosos como o desenho dos baobás? A resposta é simples: tentei, mas não consegui.Quando desenhei os baobás, estava inteiramente possuído pelo sentimento de urgência. 




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The Little PrinceOnde histórias criam vida. Descubra agora