Finalmente Em Casa

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Grover Underwood

Percy e eu íamos conversando enquanto eu o guiava para a minha casa/cabana. Estava muito feliz por ter voltado, era bom estar com a família. O lado ruim é que teria que lidar com as reuniões do Concelho do Casco Fendido, aquelas velharias que só sabiam resmungar ao meu lado me davam nos nervos.

- Casa legal. - Percy falou quando chegamos.

- Obrigada. - Eu gostava daquele chalé, eu o tinha criado junto com os filhos de Hefesto, mas Juniper fez questão de decorar.

- Papai. - Falou Jorge saindo da casa. Ele usava só a blusa do acampamento, deixando sua metade bode a mostra. Seus pelos eram marrons, assim como os meus.

- E ae, filho? – Falei, o cumprimentando.  - Eu queria que você conhecesse alguém.

- Ele? – Perguntou, apontando para Percy, que sorriu.

- Esse mesmo. - Falei. - Esse é o Percy, ele é um grande amigo do papai.

- Olá, Jorge. - Disse Percy, se abaixando para ficar na altura do pequeno. - Muito prazer em conhecê-lo, seu pai fala muito de você.

- É mesmo? - Perguntou o pequeno sátiro, envergonhado.

- É claro. Ele falou que você toca flauta. - O moreno continuou. Jorge balançou a cabeça confirmando. - Que legal, tenho certeza que toca melhor que o seu pai. Se bem que isso não é difícil...

- Você que não compreende meus dons artísticos. - Falei me defendendo, o que fez aquele bastardo rir. Ele iria rebater, mas de dentro da casa surgiram mais duas figuras. A minha esposa e Piper, deusa menor da persuasão e do amor. Piper era namorada de Jason, mas o largou quando ele demostrou ser um babaca. Desde então ela evoluiu muito, é a conselheira chefe do chalé de Afrodite, quando está aqui, é claro, e uma das deusas mais prestativas.

- E você deve ser Juniper. - Disse Percy, indo cumprimenta-la com um aperto de mão. – Realmente a descrição dele faz jus a sua beleza.

- Obrigada. - Falou Juniper envergonhada.

- Ei, Jackson! Essa tem dono. – Falei, fingindo estar bravo. Ele riu fazendo sinal de rendição. E depois ele reparou em Piper e sorriu a cumprimentando.

- Ah, então é você o culpado por mostrar aquele jogo à Annabeth. - Ela falou sorrindo. A olhei confuso, mas Percy pereceu entender, porque riu.

- Culpado. – Falou, se afastando um pouco. - Eu apenas achei que ela se daria bem nele.

- Estava certo. - Disse Piper sorrindo.

- Vamos entrar? - Perguntou Juniper, gentil como sempre.

- Eu gostaria, mas tenho que resolver algumas coisas. - Disse Piper, abraçou Jorge e se despediu saindo para o acampamento.

- Bom, eu estou completamente disponível. - Disse Percy. O que nos fez rir. Entramos no meu chalé, que não era grande coisa, devo dizer, mas era aconchegante. Havia uma chaminé na sala para nos esquentar no inverno, dois quartos, uma pequena cozinha que praticamente não usávamos, um banheiro e um quintal, onde tinha uma grande variedade de plantas.

- Não repare na bagunça. - Brinquei. Percy sempre dizia isso quando a gente chegava em sua casa, apesar de que quase sempre estava arrumado. Sally deixava uma lista de tarefas toda vez que saía, ela falava que se não o fizesse Percy não iria organizar nada. O que eu devo concordar.

- Imagina. - Sorriu Percy me olhando. - Tenho certeza que Juniper é um ser organizado, já que você...

- Não comece. - O interrompi. E a tarde se passou assim, com brincadeiras e histórias. Jorge e Juniper ficaram maravilhados com Percy falando sobre suas viagens e Percy também se encantou com Juniper contando como era ser uma ninfa.

- Eles são incríveis. - Falou Percy saindo da casa. Ele já tinha se despedido da minha família.

- São sim. - Sorri. Eu realmente tinha sorte.

- Agora acho melhor eu ir. - Disse se despedindo. - Os Stoll ficaram de me falar algo sobre um jogo daqui.

- Capture a bandeira?

- Esse mesmo. - Ele respondeu.

- Ah, vai ser divertido te ver sendo derrubado pelos filhos de Ares. - Sorri.

- Obrigado pela torcida. - Disse sorrindo e saiu. Voltei a entrar. Jorge tinha ido para o seu quarto, provavelmente se arrumar para o jantar. Sentei com Juniper na sala.

- Ele é legal. – Falou quando eu passei meu braço ao seu redor.

- Mas? - Eu perguntei. Senti que existia algo a mais.

- Não sei, Grover. - Falou. - Senti algo estranho nele.

- Quando o conheci também achei. - Confessei me lembrando. - Mas depois vi que era só o jeito dele mesmo.

- É, deve ser. - Ela falou balançando a cabeça. Me olhou sorrindo e me beijou.

- Eca. - Ouvi uma voz infantil falar. Me afastei rindo.

- Quando você for mais velho vai gostar. - Falei olhando para o meu filho.

- Duvido. - Ele falou. - Meninas são chatas.

- Realmente... – Falei. Juniper me olhou repreensiva. - Quer dizer, claro que não. Já está pronto para o jantar?

- Sim. - Respondeu. Me levantei junto com Juniper e fomos para o acampamento.

O refeitório parecia normal. Bem mais cheio que na ultima vez que vi. Esse verão os semi deuses chegaram com força. Infelizmente muitos novatos, que nem sabiam quem era seu pai divino. O que fazia a mesa de Hermes ser a mais cheia, tendo que algumas pessoas ficarem em pé. Mas eles não pareciam se importar, pois todos conversavam alegremente. Troquei um olhar com Percy, que conversa com Estele, uma filha de Hécate. Me encaminhei para a mesa principal e sentei lá com a minha família.

- Olá Quíron. - Falei me sentando ao seu lado.

- Olá, Grover. - Disse Quíron. - É bom tê-lo de volta. Você precisa controlar aquele concelho. Na ultima semana eles queriam plantar árvores em todos os lugares disponíveis por aqui.

- Amanhã terá uma reunião. - Falei. Não estava surpreso com essa atitude. Infelizmente essa motivação só era válida no acampamento. Eles não saíam para lutar pela natureza lá fora, o que me irritava profundamente. - Irei controlar a situação.

- Eu agradeceria muito. - Disse Quíron. Ele também falou com Juniper e Jorge, o menor estava mais ocupado em comer do que em responder a Quíron. Olhei em volta, Annabeth estava sentada à mesa de Atena, acompanhada por Reyna, que decidiu sentar lá. Piper estava na mesa de Afrodite e parecia se divertir com os seus irmãos. A minha mesa estava mais vazia que o normal, estava faltando alguém.

- Quíron. - Chamei. - Onde está o Sr. D? - O velho centauro comprimiu os lábios.

- Eu não sei. Ele não vem há uma semana. - Ele falou baixo e sério. - Estou preocupado com o que isso signifique. - Depois de tudo o que passamos era compreensível a sua preocupação. Mas fazia 3 anos em que nada acontecia. Eu ainda tinha esperança que o Sr. D apenas decidiu dar um tempo do camp.

O jantar estava correndo bem, até que um barulho familiar de asas foi ouvido. Sorri. Atrasado como sempre. Fora do refeitório pousou um grande dragão de bronze. Dele desceram duas figuras igualmente familiares.

- Olá, Semideuses! - Falou Léo, chamando a atenção de todos. - O seu herói preferido acabou de chegar. - Calipso deu um tapa na cabeça dele, interrompendo sua pose, o que fez todo mundo rir.

- Ele só quer dizer que é bom estar finalmente em casa. - Calipso falou mais baixo. Eu não poderia concordar mais.

Apenas Um ContoOnde histórias criam vida. Descubra agora