Quem faz as regras sou eu

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Eu acordei com os raios de sol entrando pelas janelas no quarto, senti logo meus olhos meio inchados e logo me lembrei que aquele seria o quinto dia dos cinco dias de castigo prometidos por Bruce.

Honestamente, eu não sei como sobrevivi aos últimos quatro dias e não sei como chegaria ao final de hoje, mas para que eu fui fazer tanta coisa idiota?

Respirei fundo tomando forças e me sentei, pelo menos Sherman não tinha me batido tanto, minha cabeça doía mais que meu traseiro...

Tirei os pijamas e coloquei uma calça de moletom com uma camiseta. Enrolei um pouco, mas logo desci no horário de tomar café da manhã.

Alfred havia feito torradas francesas com ovos beneditinos, do lado havia iogurte com chia e frutas vermelhas picadas. Eu apreciava a beleza dos pratos enquanto bebia uma pouco do chocolate com leite batido e o suco de laranjas.

- Master Grayson.

- Oi Alfie.

- Dormiu bem?

- É... Mais ou menos.

Alfred não pareceu se compadecer de mim, mas também não estava menos amigável que o normal. Logo fiquei feliz quando vi que ele colocou um bolo de cenoura com chocolate na mesa, o meu preferido.

Eu gostava bastante de ter criado o hábito de comer bem no café da manhã. Antes eu comia só um pão com leite, atualmente o havia tornado uma refeição tão farta e importante quanto o almoço e a janta. Isso realmente tornava minha manhã mais produtiva.

- Alfie, você acorda que horas para conseguir fazer tudo isso?

- As quatro da manhã, diariamente.

- Mas você geralmente fica acordado até tão tarde... As vezes não deve nem dormir então...

- Sim, eu preciso escalonar o sono de forma organizada em outros horários para conciliar com os serviços noturnos do Master Bruce, mas nada que não seja fácil de providenciar.

- Falando no Bruce...

Eu titubeei um pouco, não sabia direito como perguntar onde meu pai estava, pois temia que a resposta fosse "está no quarto dele esperando para arrancar seu couro na vara".

Alfred, inteligente como era, logo notou minha preocupação e respondeu sem esperar eu formular uma pergunta.

- Ele tomou café mais cedo e está lá embaixo trabalhando com o Lucius no sistema operacional.

Engraçado como naquela casa, por mais que todos soubessem que Bruce é o Batman e que estávamos em cima da batcaverna, ninguém mencionava termos que pudessem ser entendidos por qualquer pessoa como suspeitos.

Eu concordei, na certa Bruce tomou café antes porque não queria me ver. Eu suspirei.

- Você acha que um dia o Bruce vai voltar a gostar de mim ou, pelo menos, suportar a minha presença?

Eu falei sentindo um aperto na garganta tão incômodo que sequer podia descrever a angústia. Alfred pareceu meio perplexo com o meu questionamento.

- Master Richard, que pergunta tola! - Disse enquanto cortava um pedaço de bolo e servia chá preto com leite - Honestamente, nunca achei que Master Bruce seria capaz de genuinamente amar alguém...

Suspirei, como pude achar que Bruce gostava de mim de verdade? É óbvio que ele nunca gostou de mim, eu não passava de... Meus pensamentos foram cortados, foi quando Alfred completou.

- ... até você aparecer.

Olhei pra ele interessado.

- Você mudou a vida dele e, saiba sem qualquer dúvida, que ele te ama e nada do que fizer mudará isso.

Meu Menino ProdígioOnde histórias criam vida. Descubra agora