Esclarecendo Intenções

1.3K 100 148
                                    


Bruce já estava farto dos olhares e indiretas de Gordon e Alfred que não o abandonaram por um segundo sequer, mas o condenavam por ter trazido Selina Kyle para a mansão.

- Olha, eu acho que vocês estão falando sem entender a situação. Primeiro, Dick  perdeu o horário da aula, e já descobri que foi por ter perseguido bandidos em plena luz do dia. Não satisfeito, perdeu a aula e consequentemente uma prova, passando a xingar o professor.

Gordon e Alfred ouviam com atenção.

- Daí, foi suspenso e foi exigida minha presença na escola. Ele escondeu de mim o que houve e continuou matando aula por dias, saindo daqui de uniforme como se nada tivesse acontecido.

Os mais velhos condenavam a conduto de Dick.

- Um dia Selina apareceu aqui do nada, no meu quarto, me agarrando. Richard entrou e viu mais do que deveria, infelizmente. Mas não vou ficar me condenando por não ter trancado a porta, ele sabe que deve bater antes de entrar. Ora, eu sou um adulto, eu vivo por ele, respiro por ele, é a primeira pessoa que penso quando acordo, não  saio com ninguém, não acho que fazer sexo seja lá um crime tão grave e que ele ter invadido o meu quarto nessa situação tenha sido um crime capital meu.

Alfred revirou os olhos, Bruce prosseguiu.

- Eu pedi desculpas sinceras, disse que não queria que ele tivesse presenciado aquilo e que não voltaria a acontecer. Ele, irascível, xingou a mim e a Selina. Deixei passar por ter que ir resolver o vazamento nuclear, esperaria ele se acalmar.

Gordon e Alfred não interrompiam o monólogo de Bruce, percebiam que ele precisava colocar pra fora.

- Ele, enquanto cabulava aula, ligou para Barbara e inventou histórias sobre comprar um presente para o Jim, contando em meio a tudo que a Selina agora era minha namorada e vivia aqui. Ou seja, além de mentir, ele não se preocupou em ferir os sentimentos da Bar para me punir.

Gordon abaixou a cabeça, não aprovava aquela relação entre Bruce e Barbara por isso, ele não iria assumir ninguém nunca, limpar a Cidade era mais importante.

- Eu não briguei com ele direto, pois queria que ele aprendesse que mentir nunca é o caminho, que para manter uma mentira as vezes precisamos contar muitas outras. Se ele se perdesse nas próprias mentiras, jamais desejaria passar por uma situação dessas de novo. Eu não queria simplesmente bater, eu queria aproveitar para que algumas lições valiosas fossem aprendidas sobre não mentir.

Alfred se orgulhava de Bruce, da paciência dele, do zelo pelo menino.

- Agora, não vou mais aceitar vocês me condenando por trazer Selina aqui. Em primeiro lugar, Selina cresceu comigo, ela me ensinou a me virar nas ruas, ela foi minha única amiga... A vida dela não foi fácil e vocês sabem, mas ela não é uma vilã. Quantas vezes ela me salvou? Quantas vezes se arriscou por mim e por outros? Sim, ela rouba, foi assim que aprendeu a viver, aos cinco anos de idade já sabia que se não roubasse, não comeria. Que se não se protegesse, seria estuprada ou morreria. Sabia que os bandidos eram um problema e a maioria dos policiais também. Você é bem sabem como é Gotham, difícil para quem tem dinheiro e impossível para quem não tem.

Gordon olhava atentamente.

- Infelizmente nem todos são filhos de um Wayne como eu fui... Agora, chama-la aqui era apenas e tão somente para Dick encarar a mentira que contou para Bárbara, eu apenas fiz o que ele mentiu que eu teria feito. Se ele foi baixo a ponto de inventar para Bar que Selina morava aqui, porque não sentir o gosto disso depois?

Alfred e Gordon começaram a entender um pouco a estratégia de Bruce.

- Eu já havia combinado com ela que só ficaria aquela noite, era apenas para Dick confessar logo tudo que havia feito. Ela não quer morar aqui e nem eu quero que more. Mas a Selina é uma boa pessoa e não quero mais que ela seja julgada quando estiver aqui, ainda mais quando está por um pedido meu.

Meu Menino ProdígioOnde histórias criam vida. Descubra agora