Um Castigo para Robin

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Dick deu dois passos para trás ao vez Batman segurando o batrangue, seu boomerangue contra o crime. Ele já vira o estrago que aquilo fazia nos bandidos, não era possível que o seu tutor o puniria daquele modo.

- Você tem ideia do perigo que passou andando sozinho pelas ruas de Gotham com um ataque de gás orquestrado pelo Espantalho?!

- Sim, mas eu...

- Não tem "mas", se eu disse para ficar em casa, você fica! E se eu não tivesse visto você? Veja o meu estado! Você quebrou meu nariz, perfurou meu ombro... Tudo isso num ataque de fúria seu sob o gás... Imagine o que você poderia ter feito a um civil!

Aquilo fez Dick estremecer, ele poderia ter de fato assassinado alguém na loucura causada pelo gás... Se não fosse Batman para pará-lo...

- Imagine como seria você viver com sangue inocente nas mãos. Sangue daqueles que você tanto quer proteger!

Dick já não conseguia segurar as lágrimas. Ele não apenas batera no seu tutor, mas colocara a si e a inocentes em risco.

O choro de Dick rolava, mas Bruce não queria pegar leve, ele não podia. Se Dick queria ser Robin, ele teria que aprender a se controlar.

- Robin! Controle-se!

Ele engoliu o choro, respirou fundo e se recompôs.

- Para estar nas ruas, não basta inteligência, você precisa ter inteligência emocional filho. Tem que saber se controlar.

- Eu... Você está certo. Eu agi sem pensar...

- Pois bem, entenda... Precisamos compartimentar nossa vida, se você errar como Robin será punido como Robin. Será mais duro e difícil. Quando você errar como Richard, você já sabe como é.

Dick acentiu.

- Pois bem, venha cá, vamos logo com isso.

Batman se sentou numa cadeira que puxou para um vão e fez sinal para Robin se debruçar sobre os seus joelhos. O garoto não demorou para obedecer, receoso pela surra que levaria com o batrangue, com saudades de quando podia ficar fazendo manha com Bruce.

Não demorou para o Batman descer o batrangue com força e Robin perceber que seu medo era correto, aquilo doía mais do que ele podia imaginar.

Eram sempre dez golpes seguidos de um sermão.

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- Como você quer salvar os outros se se coloca sob risco desnecessário? A primeira coisa a se fazer sempre é garantir sua segurança e minimizar os riscos de ser atingido para, só assim, fazer a diferença!

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- Você não pode sair se eu falar para não sair, é um absurdo eu ter que explicar isso e dar uma surra em você com seus quinze anos porque não me ouve! Eu não exijo nada por capricho, se eu mandei não sair é porque há uma razão!

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Batman ja estava em torno de trinta golpes e Robin tentava aguentar firme, mas estava difícil, doía mais do que qualquer surra que levara. O objeto era dolorido e a força impunhada por Bruce era descomunal, era como se ele encarnasse o próprio Batman na surra.

Foi quando sem avisar, Batman baixou a calça com a cueca do adolescente, revelando um traseiro completamente rubro escuro. E então prosseguiu.

- E você, mesmo que fora de si, tentou me matar. Veja... É tanto absurdo numa noite só que nem sei o que fazer. Foi um nariz quebrado, dezesseis pontos, socos e chutes... Você não tem ideia de como me deixou. Ate meu manto você estragou, veja os cortes que você fez com as shurikens que roubou de mim!

Meu Menino ProdígioOnde histórias criam vida. Descubra agora