Capítulo I: Alucinógenos

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Estou sentado nessa mesma poltrona estúpida naquele gabinete, vendo o velho Hitler fumar o seu charuto cubano e me fitando por detrás da fumaça. Estou preso e para ser sincero, estou em colapso tentando não parecer que fundi o cérebro todo.

Eu me sinto como o Slash naquele videoclipe do Gun’s em que ele dirige um mustang a toda velocidade com destino a um precipício. Igual a ele, eu rio da velocidade, porém, diferente dele, que é imortal e reaparece na beira do precipício a tempo de ver a explosão do carro, eu desci com a lata velha e morri virando fogos de artifícios na explosão.

Aquele velho só podia ter colocado alucinógenos naquela porcaria de uísque. E o pior, ele deveria fazer uso daquilo.

– Ninguém perdoa uma dívida de vinte e cinco mil dólares meu rapaz – tragando seu charuto – Deve de convir que é um excelente acordo.

O cara só podia estar sobre efeito de alguma droga. Não parecia ser real aquele papo vindo do almofadinha pai e seu charuto cubano e seu uísque com etiqueta. Mas que merda, que porra de piadinha sem graça era essa?

Eu desviei os olhos dele e me recostei na minha poltrona fitando um porta retrato de cristal com uma fotografia do godizila com uns quinze anos de idade, junto com uma garotinha branca de cabelos castanhos que devia ter uns sete anos. Talvez esse lixo seja de uma rede de pedófilos ou de prostituição do tipo que cultive essas criaturas desde o berçário até virarem curvas sexys e comestível. Jesus! Eu queria quebrar a cara desse maldito e do godizila lá fora.

Eu passava as mãos varias vezes no meu cabelo exesperado, pensava em pedir mais uma dose do uísque batizado para poder entrar no clima piração total. Me levantei e fui até a garrafa de bebida e levantei o copo. Sentia o olhar impaciente do tal Petrus nas minhas costas.

– Bem, por que dessa merda toda? - pegando meu copo e me recostando na parede – Você é algum tipo de Lex Luthor, e vai concordar, claro, em usar essa massa cinzenta, que isso tudo é bizarro!

– Veja bem, sou um homem importante, e mesmo não te devendo explicação, você parece o tipo de homem que não engole meias verdades. – Cruzando as pernas enquanto se deitava mais na poltrona – Mesmo um homem como eu, só recebe o visto de visitante do consulado, o mesmo se aplica ao meu filho. E já chegamos a conclusão, de que, a America é um ótimo investimento. E não tem como resguardar meus investimentos dessa maneira.

– Você já viu que eu não sou um doce de pessoa velho. Não me dou bem com ordens ou regras e com idiotas. – se aproximando mexendo os gelos do copo com dedo indicador. – E se eu te mandar pro inferno?

– Já disse, Vegas tem uma legislação inteira para poder proteger pessoas como eu, Masen. E vinte e cinco mil dólares é uma pequena fortuna.

Canalha! Eu sabia que vinte e cinco mil dólares era dinheiro para comprar um novo Masen sem toda aquela merda de acompanhamento.

Eu sem perceber, me peguei olhando para a fotografia. De novo fitava a garota nos seus sete anos. E algo parecido com aquela música do AC/DC , Hells Bells. Eu literalmente ouvia os sinos do inferno. A imagem daquela garota com vestido disforme branco, me perturbava. Aquilo era uma daquelas situações fodidas em que você olha para o próximo da fila e diz : “ok. Valeu cara, eu prefiro pular do Canyon agora.”

Cheirei meu copo, só para ver do que se tratava a substância na minha bebida, mas ela tinha o velho cheiro do bom e velho Jack.

– Deixa eu ver se eu entendi seu plano, genial vovô. – voltando a se sentar na poltrona - Para perdoar a dívida de vinte e cinco mil que o babaca do Capovilla tem com você, você quer que eu foda com a sua filha?

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