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Mais uma vez naquele mês, Hyejoo estava a caminhar para as colinas, onde ela passou a se encontrar com Chaewon. Esses encontros haviam se tornado uma rotina para as duas, um meio de escaparem da realidade e entrarem em uma espécie de mundinho alternativo, que só as duas conheciam. 

Pareciam, de certa forma, estarem conectadas uma com a outra. Ambas se entendiam perfeitamente, apesar de não se identificarem em todos os aspectos, criavam conversas e debates sempre estimulantes e divertidos.

— Hye!— Chaewon exclamou animada quando encontrou a mais alta procurando por si. 

Rapidamente, a loira se aproximou e abraçou carinhosamente sua amiga, esboçando um sorriso aliviado. Afundou seu rosto no peito da garota ao que sentia seu corpo entrar em um estado de êxtase por conta da sensação incrível de estar sentindo o corpo maior que o seu lhe abraçando de forma tão envolvente e protetora.  Sentia-se segura e feliz naquele abraço.

— Oi, Wonnie!— respondeu sorridente, tomando cuidado para não encostar naquelas lâminas afiadas, que flutuavam um pouco mais afastadas de Chaewon.

Ambas as garotas, ao se separarem, sentaram-se de forma que pudessem ter uma boa visão do pôr do sol.

— Estava pensando comigo mesma enquanto caminhava para cá e... Apesar de todos os assuntos sobre você terem sido resolvidos por aqui, eu nunca entendi realmente o que aconteceu...

— Bom, se quiser, eu explico desde o começo, quando eu morava no império de Noxus.— dissera sugestiva. 

— Se você estiver apta, eu adoraria ouvir sua história.— respondera com um sorriso singelo nos lábios.

— Certo....

Hyejoo's POV

Noxus, por se tratar de um império, tem uma longa história de guerras e conflitos com outras regiões do mundo; causando muitas mortes, grandes perdas, mas, acima de tudo, mudanças. 

E Noxus sempre causou, como consequência da sua expansão e violência, união e evolução nas outras regiões. E internamente por conta dessas guerras, Noxus faz com que seja cada vez mais frequentes a existência de órfãos vagando sozinhos pelas ruas e becos do império. 

A grande maioria dessas crianças são designadas para trabalhos de força física nas fazendas dos vilarejos conquistados de Noxus. E lá elas crescem com o trabalho braçal sobre o comando de oficiais, até que elas são recrutadas pelo exército para servirem nas guerras.

Isso mostra que Noxus cultiva uma cultura bélica desde sempre, e não se importa com a idade da pessoa. Pode ser uma criança, um adolescente, um adulto, ou até mesmo um idoso, todos serão treinados para morrer na guerra.

Eu nasci como mais uma dessas crianças órfãs. Minha mãe morreu em decorrência do parto, e meu pai foi morto durante a guerra.

Então cresci sozinha numa fazenda, arando terra, cuidando de animais e tendo como exemplo de vida os guerreiros de Noxus, que ficavam sempre planejando e traçando estratégias para os ataques nas guerras.

A cada dia que passava, eu sentia cada vez mais vontade de conquistar diversas coisas. Queria ser mais do que uma simples fazendeira, eu gostaria, na verdade, de ser como aqueles soldados, para fazer parte de uma coisa maior. Gostaria de me sentir como alguém importante para Noxus.

Fui me tornando uma garota cada vez mais focada, determinada e resistente. E todas as vezes que as milícias regionais chegavam nas fazendas ano após anos para recrutar os jovens para o exército, eu me animava e me empolgava, esperando pelo dia em que finalmente seria recrutada também.

The Blade Dancer | Hyewon au!¡Onde histórias criam vida. Descubra agora