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Depois de ser desiludida por Noxus e perder todos os meus irmãos de guerra pela carga química de Moon JungHyuk, me exilei em Iônia e vaguei por muito tempo solitariamente, vendo os resultados nefastos dessa guerra. A destruição das terras mortas, sem poder fazer uso dela novamente, desequilibrando a harmonia do lugar, e deixando almas presas por todos os cantos lamentando por esse holocausto.

O que me restou fora apenas fragmentos de lembranças ruins, carreguei nas costas um fardo enorme. Minha espada é como um lembrete de todo o passado que eu gostaria de buscar redenção.

Depois de caminhar por muito tempo, acabei por encontrar uma fazenda onde havia um casal de idosos. Eu estava debilitada, não só meus lábios como todo meu corpo tremiam em desespero e tristeza, meu corpo estava coberto de lama. Apenas estava a implorar por perdão e morte.

Kim Hyojong me avistou de longe quando saiu para buscar um bezerro que havia fugido, e, me vendo naquele estado, tenho certeza de que ele notou que eu era uma noxiana — também por conta do símbolo de Noxus estar estampado em minha ombreira.

Mesmo assim, não pensou duas vezes antes de me acolher para que ele e sua esposa pudessem cuidar de mim.

Hyojong e Hyuna, sem medo ou desconfiança alguma, me conceberam comida e um abrigo confortável. E, aos poucos, aquele sentimento de família que eu nutria pelos meus falecidos irmãos foram se transferindo para esse casal. Passei a vê-los como um pai e uma mãe que eu nunca tive.

Quase como um retorno a infância, passei a trabalhar novamente em uma fazenda, como uma forma de redenção e compensação.

Estava arando a terra enquanto ficava tentando encaixar todas aquelas lembranças fragmentadas

Mas, repentinamente, senti uma leve brisa que soprou singelamente em minha nuca. Parei e olhei em volta, de repente senti como se algo ruim estaria prestes a acontecer. 

Nada.

Voltei com a minha reflexão um tanto confusa.

— Você não se cansa de arar toda essa terra?— uma voz séria dissera, fazendo meu coração se disparar em susto.

— Quem disse isso?!— perguntei ao que armava uma posição ofensiva enquanto procurava em todos os cantos.

Então, uma silhueta se relevou, saindo de alguns arbustos, e logo uma mulher apareceu. Seu semblante não era dos melhores.

Analisei-a de cima a baixo. Ela era como eu, apenas mais uma andarilha vagando por Iônia. Podia ser uma ameaça, e bom eu acabei descobrindo e comprovando a verdade.

— Nunca te vi pelas redondezas, pequena.— iniciou. — Você não é daqui, é?— esboçara um sorriso nem um pouco humorado, arqueando as sobrancelhas ao que olhava-a com certa desconfiança. — Por acaso você sabe do famoso assassinato do ancião Souma?

Acontece que o ancião Souma era um dos últimos a sábios que dominavam uma técnica do vento incrível, manipuláveis facilmente por espadas. Foi com ele que aquela mulher misteriosa aprendeu tudo o que sabia sobre a técnica do vento hoje.

— Não.—  respondi, afastando-me ao que notava que aquela mulher estava se aproximando de mim. 

— Meu mestre.— explicou. — Fui acusada injustamente de matá-lo.

Não estava entendendo. Por que ela estava me contando aquelas coisas?! Por acaso eu estava sendo acusada de ter feito algo com esse mestre? Ou eu estaria sendo envolvida neste crime? Não sabia responder, preferi ficar calada.

The Blade Dancer | Hyewon au!¡Onde histórias criam vida. Descubra agora