Me sinto um nada

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       Sabe me lembro de quando ainda vivia com os meus pais, o meu maior sonho era morrer, e o meu maior presente seria duas balas uma alojada no cérebro e a outra no coração. Não é para ser algo deprimente eu simplesmente achava que a vida das pessoas estaria muito melhor sem a minha interferência, destrutiva, nada do que eu fazia era certo, minha mãe me via como uma pessoa de 170 quilos quando eu não passava de 80, ela nunca acreditou em mim, eu sempre fui a garota que só prestava para servir. Eu não podia fazer nada que forçasse o meu joelho porque ele não aguentaria, sabe porque? Por que eu sou uma baleia imensa de grande GIGANTE que quando se movimenta o mundo treme, bum, bum,bum. (Não é para rir). Bom essas e mais um monte de coisas que me faz ter uma vontade infinita de jogar tudo para o alto e falar tchau mundo.

   Porque eu não fiz isso antes eu realmente não faço a mínima ideia, entretanto devo assumir que  já havia tentado, eu queria cortar o pulso, sabe aquelas histórias que você sempre lê e acha incrível e que você pode tentar, então não tente, pode não dá certo e foi o que aconteceu, não deu muito certo todas às facas, estilete, tesoura, barbeador tudo, que podia ter ponta não estava afiado, no final eu só consegui um pulso machucado que eu enfaixei, e aleguei que eu tinha batido em algum lugar e estava doendo, ninguém suspeitou afinal que motivos teriam uma garota que conviveu a vida inteira cercada por pessoas falsas que a todo tempo a bulinavam, até em sua própria casa, e que não podia ir a lugar algum porque não era permitido, tentar fazer alguma coisa que seria contra a vontade de Deus, e de acordo com a "Santa Palavra" é pecado. Ha vá sério???

No fim eu só queria por um fim, terminar todo aquele sofrimento, aquela magoa, aquela dor alucinante que me corroía por dentro e me fazia esquecer que todos temos problemas e incertezas. Ah Bob, você não sabe como doí, agride a alma e tudo de bom que  temos perceber que você nunca foi esperada, querida, a cada dia que passa percebo que quando nasci apenas procuravam curar a sua própria dor com mais um filho, era como se eu viesse substituir outro alguém, nunca conseguirei cumprir esse ideal deles, não pretendo ser como o outro, e isso, essa incerteza esse pensamento de que nada importa, há esse sentimento, esse sentimento é degradante assim como a ultima banana do grande montante após ser amaçada por tantas outras, e após tanto tempo o seu destino é o lixo assim como o nada. 

Me sinto um nada,

Me vejo um nada, 

Luzes são apenas luzes,

As pessoas já não me veem.

No fim, sou apenas eu

Apenas eu e mais ninguém.

Luzes e uma multidão,

Um ultimo suspiro,

Era o que restava,

Luzes apenas luzes.

  

Diário de uma doente mentalOnde histórias criam vida. Descubra agora