Parte I

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28 de Abril, aquele era um dia péssimo para nós dois. Principalmente para o meu alfa, naquele dia fazia exatos quatro anos que perdemos nosso filhote. Na realidade, nem chegamos a tê-lo, quando o tive em meus braços, seu coraçãozinho não batia mais. Você deve imaginar como deve ser a dor de um ômega, dar a luz e não ouvir o choro do seu bebê. Pois saiba que a dor de um alfa que não pode ter herdeiros é muito maior, essa era a dor do meu marido, a dor de Sasuke.

Depois de dois anos que nosso filhotinho se foi, tentamos outra vez, e não deu certo. Passou um ano e decidimos ir a um especialista e ele nos disse a pior notícia que poderíamos ter, eu não poderia mais engravidar, pois Yato havia sugado todas as vitaminas do meu útero e... Bem, não era mais fértil. Meu mundo foi ao chão, eu era um ômega que não podia mais engravidar.

Perdi a conta de quantas vezes eu pensei em me matar apenas para libertar meu alfa da marca, para que ele pudesse ser feliz e ter uma família, coisa que ele não poderia ter comigo. Mas ele me ama, infelizmente ele me ama tanto que não deixou, e então resolvemos adotar uma criança. Sarada era um bebê de um ano, cheia de vida, e adorava o meu cheiro, vivia agarrada em mim, e isso me deixava feliz, e triste, pois queria que Yato estivesse com a gente. Sasuke podia disfarçar, mas eu sabia que ele também queria uma combinação nossa, e não era culpa da pequena, ela também era nossa filha, mas não era totalmente "nossa".

Mergulhei em estudos para saber o que de fato acontecia comigo, e suspendi totalmente qualquer tipo de contraceptivo, ou alimentos que podiam diminuir a quantidade de hormônios nos corpos de nós dois. Já não nos protegem durante o ato sexual, afinal, não tinha necessidade, eu não iria engravidar, e mesmo se engravidasse, não seria uma notícia negativa. Comecei a me alimentar com alimentos mais vitaminados, e mudei completamente o cardápio da nossa casa. Sem enlatados ou agrotóxicos, eu fazia questão de preparar cada refeição, e com resultado dessa mudança ficamos mais saudáveis.

Já havia passado mais um ano e minha pele ganhou um tom mais luminoso, e não deixei de reparar que o corpo de meu marido certamente estava mais chamativo. Sarada começou a andar e falar, bem mais rápido que as crianças normais, e eramos uma familia feliz. Até esquecemos um pouco  o fato de eu não poder gerar uma vida.

Meus atributos de ômega se afloraram mais, o meus hormônios estavam mais doces, e minhas curvas mais delimitadas, estava com um corpo de modelo por assim dizer, mesmo sendo um ômega macho, eu tenho meus dotes. Sasuke ficava todo derretido com o meu cheiro, e isso resultava em mais noites de amor, dias, ou até banhos. Sarada ficava a maior parte do tempo na creche ou era roubada de nós pela minha sogra, por isso nos sobrava muito tempo para nos amar.

Com o passar do tempo meu brilho nos olhos aumentou, ainda mais com minha filha dizendo que eu tinha cheirinho bom de mamãe, aquilo não me chateava mais, eu estava bem, minha família estava me fazendo bem. Admito que minha felicidade deu entrada a comilança, confesso que dei uma leve engordada, nada que fosse estrondoso. Só perdi algumas roupas, e ganhei mais a atenção do meu alfa, ele adorou minhas coxas grossas.

Sasuke estava cada vez mais protetor comigo, eu não entendia, porque estava bem, não tinha motivos para ficar rosnando com qualquer alfa ou beta que se aproximava de mim, mas para não contrariá-lo, optei por não sair de casa. Dediquei meu tempo livre para ler e fazer uma faculdade online de psicologia e mentalidade dos alfas e ômegas, era um assunto complexo, ri baixo quando li que a possessividade com dos alfas em maioria é ligado aos filhotes. Decidi que meu marido era ciumento apenas porque era um Uchiha, e estava na linhagem deles serem assim, pois meu sogro e cunhado tinham o mesmo cuidado com quem era da família, inclusive comigo.

Minha filha estava cada vez mais tagarela e grudada comigo, e pelos meus estudos, ela tinha a personalidade de uma perfeita alfa. Ri baixo afagando seus cabelos negros e voltando minha atenção ao bolo de chocolate que eu estava fazendo com ela, confesso que eu estava comilão, e estava quase virando uma bolinha, minha sorte que meu marido me ama, e está adorando me ver gordinho, acho que ele prefere assim, por isso não estou me importando com meu peso.

Ao contrário de mim, meu alfa está cada vez mais esbelto, nunca o vi tão lindo como estava nos últimos tempos, mesmo ele não fazendo academia, acho que o que definiram tanto os músculos do meu marido foi levantamento de Naruto. Pois por agora eu só ficava em seu colo, por pura insistência dele, e eu não reclamo hora alguma.

Essa semana só ficará eu e Sarada em casa, com a presença de meu cunhado também, já que Sasuke viajou para trabalho e só aceitou se eu estivesse em companhia com alguém de confiança, mesmo sendo a semana de seu aniversário, eu aceitei contanto que ele voltasse a tempo de passar seu dia comigo. Falando em meu cunhado, lá estava Itachi, encostado no batente da porta observando eu e minha filha finalizarmos o bolo. Dei um sorriso aberto para ele ao me virar e por o bolo em cima da mesa. "Podem atacar" e ele foi, ao contrário de meu marido, Itachi adora doces. Mas antes de se sentar ele me olhou com o cenho franzido.

— Naru, você está bem?_ concordei com um gesto, e ele olhou para os meus pés, acompanhei seu olhar e tudo estava molhado, essa foi a última coisa que vi, meu cunhado correndo até mim enquanto minhas vistas escureceram e minha filha gritava por mim.

Um Sorriso Para o Papai - SasuNaru SNS ABOOnde histórias criam vida. Descubra agora