Parte VI

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Exausto, essa era a palavra que resumia bastante o meu estado. Nunca pensei que sentir dor me cansaria tanto. Devo estar sugando muita energia do meu marido pela marca, tenho certeza. Olho de soslaio e o vejo com as bochechas rosadas e um sorriso bobo nos lábios, ele está assim desde quando viu nossa filha... sim, nossa bebezinha. Nasceu forte e saudável, mesmo sendo prematura por um mês. Devo lembrar de cobrar suas medidas assim que for para o quarto. Levei minha mão até a testa respirando fundo enquanto o médico obstetra se preparava para o próximo bebê que estava para nascer. Senti os lábios finos sobre os meus e abri os olhos que nem percebi ter fechado.

— Vai dar tudo certo, estou com você amor._ sorri com as palavras de meu marido.

— Também estou aqui, loirinho._ ouvi a voz de meu cunhado do outro lado da cama, e segurei sua mão também. Sou muito sortudo por tê-los na minha vida.

Fechei os olhos me apoiando na cama, sentindo os dois homens segurando minhas mãos. Minha respiração foi normalizando enquanto sentia o carinho na minha mão direita, e um leve aperto na esquerda. Eu estava mais calmo agora, todo o trauma de quatro anos atrás havia passado ao ouvir minha filha chorar, e ver seus olhinhos abertos. Sorri bobamente soltando um suspiro cansado logo voltando meu olhar ao médico que estava trocando as luvas, o vi sorrindo pela máscara e se aproximar.

— Preparado?_ dei um aceno._ Agora empurre, assim que sentir a contração.

Respirei fundo, me ajeitei confortavelmente no colchão nem tão confortável assim e assim que veio a dor, eu empurrei. Soltei um grito mudo e apertei a mão dos dois enquanto fazia força o bastante para sentir o bebê vir. Parei um pouco ofegante e logo empurrei novamente. Fiz isso mais duas vezes até o sentir completamente fora e ouvir seu choro um pouco menos escandaloso que o da irmã. Abri os olhos preguiçosamente, vendo o médico entregar o bebê nos braços de meu marido que estava com um sorriso radiante.

— Menino, amor. Um garotinho._ o trouxe para perto de mim, e vi aquela cabecinha cheia de cabelos negros, ri de forma chorosa e pedi para ele me entregar. Peguei ele no colo e o vi se aconchegar em meus braços. Dei um breve selo em sua testa o vendo abrir os olhos curiosos._ Naru, veja._ disse meu marido encantado se aproximando._ Azul escuro._ completou acariciando os cabelos abundantes do nosso menino, e eu sorri. Meu garoto tinha os olhos da minha falecida mãe.

Ficamos namorando nosso bebê até o enfermeiro o pegar para levar ao berçário. Suspirei e olhei para meu alfa, murmurando um "eu te amo" para ele, que devolveu um "eu também". Sorri abertamente mas logo fomos surpreendidos por um arfar, era meu cunhado.

— Eu também quero ser amado, ok? Afinal, eu que socorri._ ri baixo com seu comentário.

— Amo você, Ita-nii, amo tanto que deixarei escolher o nome.

— Hmm... Adam. Adam Uchiha, nascido às 23:49h do dia 22/07. Pra mim está ótimo.

— Não acha um nome muito sexy para um bebê, se for um ômega não vou deixar nenhum alfa chegar perto._ concluiu meu marido, me fazendo revirar os olhos, mas logo sinto uma dor forte no abdômen, fazendo meu alfa se desesperar._ Doutor, o que está havendo?

O médico estava um pouco desesperado demais, minha dor só aumentava me fazendo fechar os olhos com força e me contorcer na cama. Meu alfa estava tentando me manter desperto, enquanto meu cunhado tentava acalmar o irmão.

— Senhor Uchiha, tivemos uma complicação._ disse o médico._ Chame um anestesista._ ordenou ao enfermeiro que saiu em disparada. Essa foi a última cena que vi antes de apagar.

Um Sorriso Para o Papai - SasuNaru SNS ABOOnde histórias criam vida. Descubra agora