Cap 7 - Bianna

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Panqueca doce com recheio de cereal

Ou com um recheio normal mesmo:

2 ovos inteiros

2 colheres de manteiga derretida

2 xícaras de farinha de trigo

½ xícara de açúcar

2 xícaras de leite

1 pitada de sal (dica da vovó)

1 colher de sobremesa de fermento

Modo de fazer:

Bata no liquidificador os ovos, o açúcar e a manteiga. Junte a farinha de trigo e o leite. Por último o fermento, misture com cuidado.

Unte uma frigideira e coloque 1 concha por vez.

Recheie cereal.

Ou com geleia mesmo.


7

Bianna

São quase nove da noite! Nove. Da. Noite. Quando Hugo me falou que precisava de alguém para cuidar de seu filho, ou melhor, quando eu fiquei sabendo por ouvir por trás da parede, eu imaginei que fossem algumas poucas horas, não durante o dia inteiro. A essa altura, começo a achar que ele o abandonou aqui para eu criá-lo.

Breno é um fofo, eu já sabia que ele era, mas nunca tínhamos passado tanto tempo juntos. Fizemos panquecas doce, as quais ele quis rechear com tudo o que tinha direito, até com os benditos cereais. Sua inteligência continua me a surpreender, quando perguntei para ele por que não tinha me dito que era filho de Hugo e que o pai dele morava ao meu lado ele apenas disse: "Porque você não me perguntou."

Isso fez com que eu me sentisse mal por não ter perguntado antes, porque eu estava sendo egoísta, muito mais interessada em saber o que ele tinha achado de minhas receitas, a perguntar realmente quem ele era. O que gostava de fazer. Agora, estou realmente mais interessada do que deveria. Fiquei com a língua coçando o dia todo com a vontade de perguntar para ele sobre sua mãe.

Breno com certeza passava alguns dias na casa dela e outros aqui na casa do pai. Isso eu pude deduzir sozinha, porque além de não vê-lo todos os dias no prédio, ele não tem muitas roupas e brinquedos aqui. E sua mochila, que estava aberta no chão do quarto, — sim, eu olhei dentro da mochila de uma criança de apenas sete anos — estava com duas mudas de roupas. O que só podia significar que ele morava em dois lugares.

Usei de todos os meus dotes culinários para fazer algumas receitas saudáveis para ele, as quais anotei detalhadamente em um pedaço de papel para deixar para Hugo. Eram receitas gostosas, nutritivas e fáceis. Tão fáceis que até ele, que pelo jeito era péssimo na cozinha, conseguiria fazer. E eu espero realmente que ele agradeça por isso ou terei minha lista enfiada em sua garganta.

Breno me disse que a primeira vez que entrou pela janela do meu apartamento, — quase me matando do coração, diga-se de passagem — foi seguindo o cheiro da minha comida e isso encheu meu coração de amor. Quando seu pai falou mais cedo que ele não era muito bom de garfo e que o alimentava com macarrão e cereal, morri de dó e tudo começou a fazer sentido. Já que sempre que Breno ia até meu apartamento ele estava cheio de fome e comia como um pequeno filhote de dragão.

A última vez que olhei o relógio eram quase nove e meia da noite. Breno e eu estamos assistindo TV, mas eu devo ter apagado, porque quando abri os olhos de novo, a lente de uma câmera estava bem na minha cara. Levo um susto tão grande que dou um pequeno pulo, me esquecendo que Breno estava com a cabeça em meu colo.

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