Cap 10 - Hugo

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10

Hugo

As coisa nunca estiveram tão certas, meus horários nunca batem tão perfeitamente e eu nunca, definitivamente nunca, me alimentei tão bem. O nome disso? Bianna. Ela tem ficado com Breno sempre que Cassandra o deixa comigo em cima da hora sem avisar, ou sempre que é minha vez de estar com ele e surge algum trabalho importante.

Ela também tem cozinhado para meu filho diversas receitas e consequentemente, eu acabo tento muito o que comer quando chego do trabalho, ou quando ela simplesmente toca a minha campainha e deixa algo na porta. Confesso que espero loucamente por esses momentos, ou por outros, mas isso está enlouquecendo minha cabeça.

Gosto da forma como a encontro à vontade na minha cozinha quando chego, ou no quão adorável é vê-la com uma mancha de farina na bochecha e o quanto sinto vontade de limpá-la, usando os dedos... a boca... Meus Deus, minha mente viaja o tempo inteiro para longe quando penso nela e esse é o problema.

Bianna é minha vizinha de porta.

É babá do meu filho!

Qual é o meu problema?

Sexo.

Eu definitivamente preciso transar. Tenho trabalhado tanto nas duas últimas semanas que minha vida sexual está tão agitada quando o funeral do meu tio Savino, que lutou bravamente contra os irmãos para que vendessem a casa na Itália que meus avós deixaram como herança. Ou seja, deprimente.

Então, depois de uma longa sessão de fotos e de passar no mercado, volto para casa com um objetivo. Transar. Antes de tomar um banho, envio uma mensagem para Luke, o convidando para tomar algo, preciso de umas cervejas antes de levar alguém para casa no final da noite porque estou precisando realmente relaxar.

MENSAGEM:

Luke: Eu nunca me atraso :p

Em resposta a minha mensagem, Luke conta a maior mentira do mundo, enquanto eu me arrumo apressadamente. Nunca se atrasa? Eu sequer consigo achar graça dessa piada porque atrasos é algo que me tira do sério. Luke me tira do sério. Em uma escala de um a dez, ele nem seria capaz de estar dentro da escala.

Bato a porta do meu apartamento, enquanto digito uma mensagem para ele avisando que já saí, então meu corpo colide com algo e meu celular escapa entre os dedos.

— Peguei! — Bianna grita, então se desequilibra e eu a puxo contra mim.

— Peguei — respondo, meus olhos presos nas mechas de cabelos grudadas em seus lábios.

Eu as puxo para fora deles.

Ela suspira.

— Eu acabei de gastar uma pequena fortuna com a minha câmera — me afasto. — Não me faça ter que comprar um celular novo também.

— Eu sinto muito mesmo pela câmera — ela responde, mas não sorri.

Por que não está sorrindo? Seus olhos caminham sobre meu corpo, me observando por completo. Tenho vontade de perguntar a ela se gosta do que vê, quero empurrá-la contra a parede e beijar seus lábios agora mesmo. E é exatamente por isso que estou saindo esta noite.

Porque eu não posso fazê-lo.

— Você vai... sair? — pergunta. — Não que seja da minha con...

— Sim, vou tomar algumas cervejas com meu amigo Luke, o cara que me emprestou a câmera.

— Oh — ela parece um pouco desconcertada.

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