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𝐈'𝐌 𝐇𝐄𝐑𝐄
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𝐒𝐄𝐋𝐈𝐍𝐄 𝐌𝐎𝐑𝐆𝐀𝐍 

— ACHO QUE JÁ ESTÁ NA minha hora de ir. — Levanto do sofá ajeitando a roupa em um ato nervoso.

Depois de ter me ajudado com minha pequena crise de nervos, Philip e eu fizemos uma maratona de filmes.

Suas irmãs estavam na escola, e sua mãe só chegaria mais tarde por estar cobrindo alguém no hospital em que trabalhava.

— Tem certeza? Nem escureceu ainda, e você mora aqui do lado. — Philip segura minha mão, impedindo-me de sair.

Sinto um estranho frio na barriga vendo nossas mãos juntas.

Semicerrei os olhos identificando sua vontade nem um pouco disfarçada de querer passar mais tempo comigo. Fofo.

— Parece que é você quem vem se beneficiando com minha presença. — Digo em um tom brincalhão.

— Ou você com a minha já que está falando igualzinho a mim. — Piscou.

Não retruquei porque era sim verdade, ao menos naquele momento.

— Tudo bem, eu te levo até a porta da sua casa.

Philip entrelaça nossos dedos e nos guia até o lado de fora de casa.

— Posso te fazer uma pergunta?

— Fora essa? — Ele ri e eu empurro seu ombro de leve.

— Por que quer tanto me ajudar? — Questiono chutando as pedras na calçada. — Nós mal nos conhecemos.

— Eu não sei, eu só... me importo com você. — O garoto de cabelos escuros disse com um sorriso simpático no rosto.

No mesmo instante sinto meu coração dar um salto dentro do peito.

Uma luz vinda do fim da rua desvia minha atenção. Paro de andar imediatamente, sinto meu corpo esfriar e tremer ao avistar o carro prateado estacionando na porta de casa.

Era ela. Candace. Ela me viu com ele.

Meu rosto ardeu, não de um jeito bom, ao lembrar do tapa que levei.

Droga!

— Aconteceu alguma coisa? — Philip pergunta ao perceber meu espanto.

— Não. Não aconteceu nada. — Asseguro tentando passar sinceridade. — Eu estou bem.

— Tem certeza? Sua mão ficou gelada.

— Tenho. Deve ter sido só uma queda de pressão. — Tranquilizo-o e ele relaxa. — Acho melhor você voltar para casa.

— Eu disse que te levaria até a porta, anjo. Sou um homem de palavra. — Brincou, mas eu não estava no clima para brincadeiras, não mais.

— Não precisa, é sério. — Afirmo. — Obrigada por me ajudar.

Saio de lá antes que ele tenha chance de me responder, mas me surpreendo ao vê-la sorrindo ao invés de estar zangada.

— O que aconteceu?

— Entre em casa, pirralha. Seu pai quer conversar.

Decido não contestar e obedeço com ela vindo atrás de mim. Encontro meu pai sentado no sofá com as mãos apoiadas nos joelhos. Geralmente ele chegava do trabalho depois de Candace, mas não hoje.

Algo estava acontecendo.

— Pai? Aconteceu alguma coisa? — Pergunto.

— Diga a ela, Christopher. — A morena senta ao seu lado.

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