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𝐀 𝐑𝐈𝐃𝐄
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𝐒𝐄𝐋𝐈𝐍𝐄 𝐌𝐎𝐑𝐆𝐀𝐍

AQUELE SOM IRRITANTE E FAMILIAR soa pelo quarto. Preciso trocar o som do meu despertador urgentemente.

— Eu só queria poder dormir até duas da tarde, é pedir muito? — Sam resmunga.

— Quando se estuda de manhã, é sim. — Levanto da cama, já tirando meu pijama e jogando em um canto qualquer do quarto. — Viu minha toalha?

— No momento eu não sei nem que eu sou. Isso responde a sua pergunta? — A loira volta e se engrenhar nas cobertas.

— É morta de preguiça mesmo. — Reviro os olhos e começo a procurar pelo quarto.

Eu e Sam já passamos da fase de vergonha da nudez há muito tempo. Quero dizer, estamos dormindo na mesma cama e dividindo o banheiro a quase um mês, não há nada a esconder uma da outra a esse ponto.

Sem prestar atenção, bato meu dedo na quina da cômoda que ficava em frente a cama, e duas paletas de maquiagem caem no chão.

Eu já tente conversar com a Sam mil vezes sobre essa tal cômoda, tem tanta maquiagem empilhada nela que não dá nem pra identificar o que é o que.

— Minhas filhas! — Sam pula da cama e pega suas maquiagens do chão.

Eu estava morrendo de dor no meu dedinho e ela vai direto nas maquiagens? Ótima amiga.

— E eu? Você não diz nada? — Finjo drama.

— Seu dedo tem capacidade de sarar, minha maquiagem não. — Volta a organizar as duas paletas em cima da cômoda.

Encontro minha toalha e sigo para o banheiro.

••🌅••

Entro na escola e evito contato visual ao passar por Amber.

— Não é tão valentona assim sem o seu guarda-costas, não é, órfã? — A garota ruiva me puxa pelo ombro.

— Sério, Amber? Zero paciência pra você hoje. — Viro as costas e continuo andando.

— Aqueles arranhões que você me deixou vão ter troco, Seline! — Ela grita.

— Aham, amanhã a gente combina um horário pra você na minha agenda. — Abro meu armário para pegar alguns livros. Um post-it amarelo cai de lá.

"Ué, eu nem uso post-it." Penso.

Pego o papel do chão e vejo o que estava escrito.

"Eu vejo você. Cuidado."

Era só o que me faltava, um estranho me mandando bilhetes com uma caligrafia de alguém da quinta série. De alguma forma aquela caligrafia era familiar. Amasso o post-it e jogo no fundo do armário, para em seguida pegar um livro.

Bato a porta do e me assusto ao ver alguém atrás dela.

— Cacete! — Coloco minha mão sobre o coração. — É de família assustar as pessoas?

My Guardian Angel Onde histórias criam vida. Descubra agora