[FINALIZADA]
Eu nunca pensei que isso pudesse ser pra mim, sabe? O amor. Digo... nunca pensei que eu fosse digno dele.
Nunca pensei que pudesse ter sua sensação na pele, na ponta dos dedos... Esquentando o corpo e a alma. Mas então, de repente, o se...
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— Jeongguk, está tudo bem?
Assim que ouvi sua voz, desvencilhei minha mão da de Jimin. Foi como se todo o meu conto de fadas tivesse se desmontado. Pensei que iria conseguir descer aquelas escadas e ter o fim da festa ao lado do primeiro homem que se preocupou unicamente comigo... Mas o olhar frio de Kwan foi quase como um balde de água fria jogado em mim.
Sua pergunta pareceu educada, quase preocupada... Mas a preocupação era com sua reputação, não comigo. Suspirei, me preparando para a discussão que eu sabia que estava prestes a começar.
— Estou bem — minha voz saiu seca.
Meu rosto estava sem expressão.
— Que bom. Vamos, eu ainda tenho que te apresentar a algumas pessoas — foi impossível segurar minha sobrancelha; ela levantou em incredulidade, quase que em deboche. E quando ele segurou, meio rude, em meu braço, um riso sarcástico escorregou dentre meus lábios.
— Não tenho ninguém para conhecer agora, Kwan — me soltei de seu aperto, num movimento tão grosseiro quanto o seu.
— Como? — Ousou me olhar incrédulo. — Que eu saiba, a festa ainda não acabou. Por essa noite, você ainda é meu.
— Se você não tivesse quebrado o contrato.
— Como?
— Você quebrou nosso contrato, Kwan. Você infringiu uma das poucas regras que tínhamos — mantive a cabeça erguida, mesmo que seu olhar estivesse querendo me fuzilar.
— Olha aqui seu putinho, pelo dinheiro que estou pagando, você não deveria reclamar — rugiu, entredentes, perto de meu rosto; como se tivesse algum poder sobre mim ou sobre a situação.
Senti minha expressão vacilar por alguns segundos. Segundos suficientes para mostrar que aquelas palavras, tão baixas, me abalaram. Eu estava acostumado a ouvir coisas daquele tipo, mas não significava que não doíam.
Não foi a preocupação com o dinheiro que me fez fraquejar, mas ele pisar na minha ferida. Dizer o que eu sei, mas o que não gosto de ouvir. Jogar na minha cara que minha profissão é marginalizada, ainda que legal. Me tratar como um puto, um objeto que se compra e se descarta... Todos que sabem da minha profissão me tratam assim.
Menos Jimin.
Voltei a fechar minha expressão antes de ouvir Jimin se pronunciar pela primeira vez naquela discussão.
Era tão óbvio que ele não deixaria que me rebaixassem daquele jeito...
— Não abaixe o seu nível, Kwan. Pelo menos não mais do que eu pensei que poderia — ouvi ele dizer, se aproximando mais de mim.
