Demonstrar amor é bem mais que isso

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Se eu soubesse que os metrôs depois das dez demoravam tanto, teria chamado um táxi ou um Uber - melhor, pedido para alguém fazer isso porque o meu único meio de comunicação com mundo se transformou em cacos de vidro. E mais estilhaçado que isso, estava o meu coração. Uh, Jungkook foi tão frio comigo agora pouco e por mais que eu entendesse suas razões, não é fácil lidar, principalmente por estar louca de amor por ele. Eu posso estar sendo leviana em me chatear, mas ele nem mesmo insistiu em me dar carona… Como se, estivesse até que feliz por não irmos juntos embora.

O ar gelado da estação, o vazio e o silêncio são terrivelmente assustadores. O bairro chique, é bem longe da universidade e do centro da cidade, aliás, quem dali precisa pegar um metrô com reles mortais dentro?

Fico em pé de frente para trilhos do metrô, esperando a primeira luz apontar no fim do túnel. Porém, a esperança no meu peito vai se esvaziando assim que ouço passos fortes progredindo no local. O barulho do sapato atritando a sola ao chão sorrateiramente como se não quisesse causar barulho, me deixa catatônica.

Sinto a presença de mais alguém. Eu queria me jogar naquele trilho para me salvar, porque no fundo eu sabia que poderia ser o mesmo cara que me atacou no restaurante. Ele provavelmente quer se vingar por eu ter o denunciado por tentativa de estupro.

O medo de me virar, me domina por completo e a impotência volta à tona.

— Eu deveria ter desconfiado quando você disse que ficaria bem. — a voz do Jungkook ecoando pelos meus ouvidos e suas mãos me acolhendo, devolveu os meus movimentos milagrosamente. — Acha mesmo que eu te deixaria? — giro os meus tornozelos e antes de olhar para ele, o abraço com toda a força. Me aninho no seu peito que trás batimentos calmos, tranquilizantes.

— Mas e a Agnes? — pergunto enquanto me aproveito do seu calor corporal.

— Nós conversamos um pouco e depois eu pedi pra Alexia levar ela de volta pra universidade. — se separou aos poucos e pegou em minha mão.

— E como estava a Agnes? — entrelaço os nossos dedos, ficando mais confiante ao seu lado.

— Ela vai ficar bem, mas eu realmente queria que ela tivesse você como amiga. Saísse mais, conhecesse outras pessoas, vivesse. — caminhamos juntos até a saída da estação de metrô. Enfim pude respirar aliviada outra vez.

— Eu vou tentar. — abri um meio sorriso, ainda estou tensa.

— Eu fiquei com medo de demorar pra chegar aqui e… daquele cara ter ido atrás de você. — parou, assim que chegamos onde sua moto está estacionada. O Jungkook frisou as sobrancelhas, transparecendo sua irritação apenas por tocar no assunto.

— E acha que eu não? Talvez a gente não o veja mais e é só nisso que eu quero pensar. — aceito o capacete que ele me oferece.

— Mas eu não. Eu vou resolver esse assunto, fique tranquila. — sua mandíbula travou ao dizer a última frase.

Nos protegemos devidamente e assim que o Jungkook assumiu o comando, eu ocupei a sua garupa. O motor ativou em um ronco bruto, me prendi o máximo que pude no seu corpo e o Jeon acelerou.

Assim que paramos, percebi que novamente havia dormido durante todo o trajeto. Quando ele colocou a trava no chão, notei que não estamos no bairro da Universidade e menos ainda próximos disso. A moto azul se estacionou em frente há um apartamento. É o da Margot.  

— Vai pegar alguma coisa? — fui descendo da garupa, à medida que o mesmo toma a atitude de abrir a porta do loft.

— Não, mas é que a universidade ainda é bem, bem longe e eu estou muito cansado pra dirigir tanto. Menos ainda aguentar o trânsito, porquê amanhã é o réveillon. — exibiu o seu cansaço e eu bocejei transmitindo o meu sono.— Mas não se preocupe, eu vou chamar o Taehyung que não deve tá' longe, já que ele disse que iria pra uma festa de virada de ano, há algumas quadras daqui. — começou a buscar o celular no bolso.

Sem medo de enfrentar - Jeon Jungkook  (+18)Onde histórias criam vida. Descubra agora