Eu te vigiava, agora te protejo.

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Sinto que meu coração bater á mil, a ansiedade domina cada centímetro da minha pele arrepiada. Minhas curvas se encostam em suas costas e nossos corpos foram presos, estamos colados e minha respiração se desequilibra. Nunca pensei que aquelas costas do Jungkook poderiam ser tão fortes e brutas. Não digo que não estou amando a sensação das mãos tateando seu abdômen com certa pressão sob a jaqueta jeans. Ele vai rápido pela estrada que se distância perigosamente da área urbana e segurança de Nova York. Jungkook queria provar que "superou" o passado nada amistoso que tivemos ou me abandonar no meio de um matagal deserto.

Mas depois de muita estrada, parou com a sua moto azul Marinho e potente no estacionamento vazio. Ok, um restaurante daqueles falidos, com certeza ele queria me levar pra um péssimo lugar pra que fazer disso o pior e encontro amigável do mundo. Porquê eu continuo correndo atrás dele? O Jeon me odeia. Me odeia tanto que até a pessoa mais idiota do mundo deixaria ele em paz e desistiria de tentar mudar o que está irrazado em seu peito. Olhei com desgosto pro ambiente, o restaurante beira de estrada era muito perto de uma área florestal, portanto era todo em acabamento de madeira. Oh meu deus, isso deve ter mais cupins do que comida.

Estou puta, eu devia agora estar na festa dançando com o Namjoon e adiantando o meu plano, porém escolhi vir nesse chiqueiro com o Jeon.

— Está bom pros seus padrões, Aby?  — perguntou sorridente demais, pleno demais.

— Gostei. — menti. Deixamos a moto e seguimos para o interior do lugar.

Quando entrei foi ainda pior, havia um único rapaz que parecia ser da nossa idade jantando no final do restaurante, os atendentes, digo, a senhora garçonete veio correndo nos atender assim que passamos a ocupar a mesa. Fiz o pedido com muito medo, não faço a mínima das condições de higiene do lugar então pedi apenas um lanche simples de salada e o Jungkook um de carne.

— Vegetariana? — perguntou vendo a senhora de cabelos grisalhos levar os nossos pedidos.

— Não, mas não tô' afim de comer algo pesado hoje. — menti pela segunda vez, imagine, só pelo aspecto caindo aos pedaços poderia até ser carne de animais urbanos, se é que me entende, não confio. Vai que o Jungkook já tinha planejado tudo com a garçonete e quer me matar por intoxicação alimentar?

Um garfo caiu do outro lado do restaurante e pelo silêncio formado, foi estridente. Foi o cara que deixou cair, como estava com visão para ele, este me olhou super esquisito quando insisti em ver o que acontecia por ali.

Cruzes. Me deu até um sentimento ruim, sabe quando a boca do estômago fecha e o peito aperta? Foi assim. Eu também tenho a atenção de um pombo, mereço por ser paspalha e ficar metendo os olhos em qualquer região.

— Eu sempre vinha aqui antes de pertencer há uma fraternidade. — o Jeon teve a minha atenção de volta. — Uma pena estar assim hoje em dia. — disse com um pesar, mas no fundo eu sei que ele queira me testar.

— E como você veio parar nessa cidade? Seu pai tá' por aqui? — coloquei meus cotovelos na mesa e levei um olhar pro Jungkook, que me retribuiu na mesma proporção de interesse.

— Depois que ele foi demitido ele veio pra cá e montou um negócio próprio. — contou com um sentimento de orgulho que eu não tinha. Não sei ainda o motivo da falência da empresa do meu pai, porém, foi acusado várias vezes de sonegação de impostos antes da queda. Eu amo o meu pai, sinto falta dele, mas não sei se ele é realmente tão inocente. — Os seus bens do seu pai foram bloqueados depois do processo judicial? — questionou desfazendo o sorriso.

— Sim, por sorte a imprensa não soube porquê tá' em segredo de justiça, é muito tenso a Melnik's ser suspeita de integrar uma quadrilha de contrabando de remédios. — falei com tanta tristeza que mal pude encarar o tatuado, eu estava simplesmente com vergonha.

Sem medo de enfrentar - Jeon Jungkook  (+18)Onde histórias criam vida. Descubra agora