Capítulo 07

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Quando cheguei em casa fui direto para o quarto procurar uma roupa, revirei as caixas de papelão que minhas roupas estavam. Peguei um vestido preto e justo de alcinha, uma sandália preta da salto, pijama, escova de dente, maquiagem,  remédio, carregador e coisas que eu precisaria caso fosse dormir fora. Coloquei tudo dentro da minha mochila.

   — querida não vai almoçar com a gente? - minha mãe pergunta sem tirar os olhos do computador.

   — não mãe, obrigada. Vou comer fora, eu vou sair hoje à noite, não sei se eu volto hoje para casa, acho que vou dormir na casa de uma amiga.

   — tudo bem querida, se precisar de alguma coisa é só ligar. - ela nem tirou os olhos do computador, tenho certeza que nem ouviu o que eu disse.

  — vou deixar o carro aí. Se cuidem. - falei já saindo e fechando a porta.

Depois de sair descobri que não tem uber aqui. Demorei muito para chegar no centro.

Passei em uma cafeteria e peguei um refrigerante e alguns pães de queijo e segui para o trabalho.

  — Ivana, desculpa o atraso. sério, parece que o universo conspira contra mim - falei procurando ela pela loja.

   — Ivana não está, eu fiquei aqui para ela poder almoçar, ouço uma voz da sala do Caetano. Droga, mais uma vergonha, eu não faço nada certo.

Quando entrei dei de cara com Romeu lendo um livro deitado em um sofá verde escuro perto de uma janela.

    — A, é você. - falei sem tentar disfarçar meu desanimado. Joguei a mochila no chão e me sentei em uma cadeira.

  — você podia pelo menos tantar fingir qua não me odeia. - ele falou tirando os olhos do livro para me olhar. Confesso que atenção tão fácil me atrai

   — eu não te odeio - falei tentando não não retribuir muito seu olhar.

   — não? - ele diz erguendo as sobrancelhas

  — só não tenho nada favor.

   — já é um começo né? - ele fala se sentando e fechando o livro.

   — desculpa o atraso, não sabia que não tinha uber aqui, demorei uma hora para chegar andando. - expliquei

  — você poderia ter me ligado, eu iria buscar você - ele fala com um sorriso sincero

   — eu não tenho seu número, até por que você não me mandou mensagem. e eu nem te conheço, você pode ser um sequestrador.

   — então você ficou esperando eu te mandar mensagem? - ele fala colocando o cabelo escuro e bagunçado para trás.

Começo a falar para me defender mas ele me interrompe

   — e ninguém seria louco de sequestrar você, o sequestrador precisaria de anos de terapia depois das suas ofensas. - ele fala tentando me irritar.

  — cansei de você. - falo pegando minha mochila e saindo.

Ouço meu celular tocar, era mensagem do Romeu:

  > agora você tem meu número=)

Reviro olhos ao ler aquela mensagem ridícula, até parece que eu quero ter o número dele.

Abri a foto de perfil dele.  ele é incrivelmente lindo. na foto ele está com uma jaqueta preta de couro segurando um cachorrinho, dá para ver que seu sorriso é espontâneo.

    — cheguei! - Ivana fala animada com algumas sacolas na mão.

   — o que é tudo isso?

   — comprei algumas roupas em uma loja que estava na promoção, passei na farmácia para comprar alguns remédios e fui na perfumaria. - ela fala me mostrando as sacolas

   — quantos anos você tem, 80? - falo para irritar ela

   — para de ser besta, Morgana. E vem ver a roupa que eu comprei para sair hoje

Me aproximo para ver o que ela comprou. uma saia jeans clara e curtinha com umas flores bordadas, um cropped branco e um cinto de fivela marrom.

   — vai ficar melhor com o meu chapéu e minha bota - ela fala orgulhosa.

   — tem alguma balada menos caipira? - falo desanimada. eu queria ir em um lugar normal, não onde que todo mundo fosse me olhar como intrusa.

Ela ia falar alguma coisa mas foi interrompida por Romeu.

  — vão sair e nem me chamaram? Que falta de consideração. - ele me olha tentado fazer uma carinha triste

  — nem vem Romeu, você nunca quer sair comigo, só que ir hoje porque está caidinho pela Morgana - Ivana diz rindo enquanto guarda suas roupas.

   — para de ser chata, eu não tenho planos para hoje e quero sair com a minha priminha e com a amiga gata dela, algum problema nisso? - Ele fala tranquilo dando um impulso para se sentar no balcão.

     — tá bom seu chato! Mas vamos no seu carro. Tudo bem para você Morgana?

   — tá, pode ser.

  — ótimo então, vou para casa me trocar, mas não precisa ficar com saudade viu Morgana? Vou passar as nove para buscar vocês. - ele fala olhando para mim que não retribuo seu olhar.

Morgana  Onde histórias criam vida. Descubra agora