Kings and Queens

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Meu olhar de choque não foi o único depois do que aquele cara disse. A moça, ao meu lado, que bem, estava ali para ajudar e manter a calma do lugar parecia que tinha endoidado. Ela pegava o rádio de comunicação na cintura, fraquejava as pernas, olhava com espanto para o cara ao meu lado e depois para o telão, desacreditada. Ela estava louca.

Ela louca e eu sem saber o nome do rapaz a quem já estava tendo um penhasco.

— Qual seu nome? — perguntei, por que afinal o que me restava era perguntar. — Eu estava meio viajando quando você foi chamado.

Eu sentia uma necessidade louca de explicar os motivos pra ele. Era meio para que ele não me odiasse ou algo assim. Não estou conseguindo me entender.

Ele arqueou uma sobrancelha. Era grossa e fiquei abismada que até só com isso ele parecia um mundo pra mim. Se o plano das leis que regem o Novo Mundo é me fazer casar com ele agora, eu ligo o foda-se, pois só consigo pensar numa lua de mel amanhã.

— Liam. — ele disse.

A voz de Liam era tão... ah, como poderia explicar? Talvez depois de ter posto meus olhos nele, tudo fazia sentido. Eu já não tinha medo dessa coisa toda acontecer comigo, até achava que estava feliz demais pra quem estava a alguns minutos pensando que podia jogar a cadeira na moça doida do palco e sair correndo, mesmo que isso fosse me matar e matar ao meu par – que eu agora queria bem vivo, bem perto, transmitindo calor.

Quando se chega à idade certa – que a lenda diz que é 17 anos -, você precisa entregar o seu sangue para saber quem é o seu par – esse é o método do governo. Geralmente ele nasce próximo a você, pois os animais morreram um ao lado do outro para a encarnação. Então se não achar o seu par até dois anos depois disso, começa a ficar doente, incapacitado e dependente. E essas três coisas, juntas, rapidamente, levam a morte. E então, se eu fugisse de Liam, não somente eu morreria num prazo de três anos, mas ele também, e agora isso tudo parecia um absurdo pra mim. Como eu podia sequer pensar em matar outra pessoa apenas para poder ficar sozinha? Como conseguia pensar em matar Liam?

Liam tinha que ficar vivo, e não entendia como eu estava pensando assim tão de repente.

— Liam Payne, precisa vir conosco. — um homem alto e vestido com o uniforme do centro comunitário apareceu. — Donna Cody? — eu assenti. — Pode vir também.

É claro que iria – e Deus, o sobrenome dele era Payne.                       

O funcionário nos guiou para fora da sala. Todos os olhos estavam em nós, e eu grudei no braço de Liam. Havia uma necessidade dentro de mim que não ligava que no final do dia todas aquelas moças de 17 anos com hormônios explodindo estariam “casadas”, só queria que elas soubessem: LIAM É MEU.

Quando levantei o olhar assassino que direcionava para nenhuma garota em especial, e dei uma olhadinha em Liam – sentia o nome dele como doce na boca, quase incontrolável de parar de falar -, ele me olhava um pouco confuso, talvez por meus atos, mas não parecia nenhum pouco contrario a isso. Ele podia estar quieto, mas algo dentro de mim dizia que sentia o mesmo. Nós estávamos ligados, afinal. Certo?

Andamos por um corredor e pensei em falar alguma coisa, apenas para ele ouvir a minha voz, ou eu ter a chance de ouvir a dele. Mas quando viramos uma curva e paramos por pouco tempo na frente de uma porta, Liam disse:

Wild Heart | Liam Payne fanfictionOnde histórias criam vida. Descubra agora