Terceiro - Ela só é mais uma

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Será mesmo Agreste?

Boa leitura e desculpa os erros.

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Tudo bem que jantar ao lado da família de uma aluna da sua escola, era algo que costumava fazer. Muita das vezes - quase sempre - essas famílias tinham algumas peculiaridades, mas nada que a incomodasse fato. Nada, como naquele momento.

Bridgette e Félix eram um casal de fazer inveja a qualquer um que passasse um tempo com os dois. Dava para ver de longe, o amor que sentiam um pelo outro e a vontade que possuíam de criar Gabrielle com o mesmo amor, por isso que desejavam disciplina-la, porque de fato, a garota Agreste, apesar de parecer uma princesa, se comportava como uma ogrinha.

Talvez, ela tivesse a quem se espelhar.

Naquela altura, era lógico que já havia "sacado" o tal "tio compromissado com a educação de sua sobrinha" de longe. Aquele - Adrien Agreste - irmão mais novo do dono da casa, não enganava ninguém.

Ao longo da sua vida, mais precisamente na faculdade que cursou nos Estados Unidos, conheceu muitas pessoas. Gente do mundo todo, homens e mulheres que lhe ensinaram a ver com mais cuidado, a notar com mais afinco o modo de falar, a maneira de agir, e as entrelinhas de verdade que seus olhares poderiam lhe dizer.

Ah sim, desde pequena, era muito observadora, qualidade que lhe rendeu um passo a frente daqueles que queria colocá-la para trás, ou fazê-la de boba. Com isso, foi moldando em si mesma, um traço de personalidade no qual a ensinou a agir da melhor maneira possível naquele caso que estava vivenciando: se fazer de tonta, para que o tonto no qual lhe falava, e lhe cobiçava com o olhar, acreditasse que estava caindo na sua.

Adrien, era do tipo de homem, previsível demais. Ele com aquele charme todo - e tolo - jeito manso de falar as palavras, não conseguia esconder a maneira na qual seus olhos a observavam o TEMPO INTEIRO. Olhavam para seu rosto, seus seios, e ah se eles pudessem, olhariam para sua bunda. O que aconteceu, quando teve de se levantar para ir ao banheiro.

Nesse caso também, podia notar perfeitamente que Bridgette estava incomodada com o presença do "parente" a mesa. Não somente ela, mas também Félix com suas limpadas de garganta, olhares repreensivos de irmão mais velho e por aí vai. A ÚNICA que estava realmente gostando da presença de Adrien ali, era Gabrielle, que ficava pedindo o tempo todo para que fossem jogar bola no quintal.

O tio, tentando parecer responsável, lhe dizia com a voz firme e mais FALSA do mundo, que aquele não era o momento, pois estavam em jantar muito importante. A garotinha não entendia nada, seus pais se entreolhavam, confirmando à Marinette o que ela já sabia, que aquele era um puro fingimento do loiro.

Okay, ele poderia ser um total perdedor, mas por outro lado, aaah sim, minha nossa Senhora. Ele era um gostoso, e ela não era cega. Sendo uma versão mais nova do Senhor Félix Agreste, que era outro pedaço de mau caminho, Adrien tinha o tamanho, o rosto, a forma perfeita de um homem que deixaria qualquer mulher caída por ele.

Esse que era o problema. Marinette infelizmente não conseguia confiar em homens, ainda mais, NESSE TIPO DE HOMEM. Poderia até ser - e era - preconceito da sua parte, mas ela tinha um pensamento fixado em si mesma com relação a esses tipos, dos quais fazia questão de se privar da companhia, para não ter dor de cabeça depois, como várias amigas do seu circulo de amizades. E mesmo que não conhecesse bem o Agreste mais novo, para fazer esse pré juízo dele, não bastou gastar muito do seu tempo, ou dos seus neurônios, para NÃO fazê-lo.

Assim que saiu do banheiro quando teve que ir mais uma vez já que estava naqueles dias e precisava verificar o coletor menstrual, Adrien estava parado no corredor, e como a casa era grande, o caminho era longo até a sala. O vendo parado, recostado na parede com as duas mãos na calça social, deu um suspiro pequeno, tentando falsear um sorriso ao mesmo tempo que caminhava devagar sobre o carpete de cor marfim.

- Senhorita Cheng... - ele sorriu ao vê-la, colocando-se a sua frente. Dentro de si, Marinette queria morrer.

- Pois não?

- Você vai me desculpar, mas tive que vir aqui atrás de você,distante dos olhos do meu irmão, porque sei que estamos no meio de um jantar e...

- Claro. - sorrindo um pouco tímida, encolheu os ombros balançando a cabeça. Era claro que, sozinha com ele, iria fazer um tipo de moça acanhada, diferente da mulher na mesa de jantar. Ele cairia como um patinho. - Eu entendo...

- Entende?

E caiu mesmo, porque o boboca sorriu animado, não fazendo ideia dos reais pensamentos da mestiça gostosa na sua frente. De qualquer forma, ele não fazia questão mesmo de refletir, mesmo porque tudo o que queria, era convidá-la para "dar uma volta", uma volta na sua cama.

- Então, você sabe que, eu não pude evitar não é? Acho que você percebeu, desde quando pus os meus olhos em você...

- Percebi, o que, senhor Agreste? - ela o interrompeu, fazendo-se de desentendida. Como era patético.

- Eu achei que a senhorita, se me permite dizer, é uma mulher muito bonita.

Marinette ajeitou um pouco dos cabelos atrás da orelha, olhando para a parede de forma que fez o homem que lhe falava, ENTENDESSE, que estava dando corda.

Corda para ele se enforcar, só se fosse. Aquele panaca achava mesmo, MAS ELE ACHAVA, que ela sendo uma profissional da educação, diretora da escola na qual a filha da dona da casa estudava, ficaria ali, dando mole para um dos seus parentes como se estivessem em uma balada?! FRANCAMENTE!

-Obrigada senhor Agreste. Eu devo lhe dizer que, percebi sim o modo que me olhou o jantar inteiro, e confesso que isso me deixou um pouco encabulada...

PUTA QUE PARIU.

Ah merda, Adrien já estava pegando fogo. Aquela mulher antes até parecia ser um desafio - que pena - tentando meter a banca na qual a não pertencia, fingindo-se de difícil, quando na verdade, por dentro, estava é se derretendo por ele. O que esperar não é? Era o que costumava acontecer.

- Encabulada...? - confiante, ele colocou uma das mãos na parede para enxergá-la mulher no rosto ruborizado. Como era bonitinha. Realmente, tava no papo. - Eu a deixei assim?

- Uhum. - a mestiça confirmou mordendo o lábio inferior.

- Então, se isso for uma coisa boa, o que acha de sairmos amanhã a noite, para um jantar, gostaria de te conhecer melhor.

- Sair...?

- Sim. Eu sei que, não deve fazer parte da ética do seu trabalho mas... - ao aproximar o rosto dela sutilmente, fez um carinho rápido no seu queixo com o polegar a fazendo fechar um sorriso tímido. - Abre uma exceção pra mim.

- Eu, acho que podemos conversar melhor, quando eu tiver indo embora. Me leve até o meu carro e eu te passo o meu número.

Pronto final, fim de jogo. O que Adrien poderia pensar? Que ele estava mais uma vez, CERTO! Tudo bem que no domingo, quando contasse para Félix que tinha dormido com a diretora da escolinha de Gabrielle, seu irmão mais velho iria querer matá-lo... okay, sem problemas, fazia parte do esquema.

A questão toda, era que naquele momento, e por estar tão entrosado com Marinette, havia se esquecido de Lila e Chloé - as duas mulheres que de fato, QUERIAM MATÁ-LO - o aguardavam ao lado de fora da casa, uma ao lado da outra, encostadas bem no carro de Marinette.

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