Quadragésimo nono - Quem procura, acha!

720 101 116
                                    

Pior que acha, acha mesmo e acha muito!

Boa leitura e desculpa os erros.

// -- // -- // -- // -- //

Luka dirigia feito um louco pelas ruas de Paris. Com as duas mãos no volante, ele passava pelas avenidas, esquinas, hotéis, prédios, bares, tendo os olhos vidrados ao redor, em cada pessoa que caminhava na rua, procurando, rastreando, imerso ao que parecia ser em vão, aquela caçada contra o tempo.

Onde estaria Kyoko? Para onde ela poderia ter ido?

Tinha saído com Adrien, mas não acreditava que os dois ainda estivessem juntos, confiava nela, sabia que aquela mulher o amava e que jamais estaria com outro a não ser ele! Mas merda, porque então, não o procurou, não voltou para seus braços?

Claro que ela deveria achar que estaria a odiando por conta do que tinha feito com Marinette, mas não e sabia também que Marinette não a odiava também, era somente uma sensação momentânea da descoberta repentina. Logo logo – e ele mesmo acreditava – ela procuraria Adrien, ela procuraria também Kyoko e tudo voltaria normal.

De qualquer forma, isso também não era prioridade, tudo o que queria, precisava, era imprescindível de acontecer, era se encontrar com Kyoko.

Por Deus, a cada quilômetro rodado, a cada rosto que aparecia na sua frente e que não era o dela, seus pensamentos o faziam se desesperar, pensando que tinha acontecido o pior, que ela estivesse perdida, confusa... sabe-se lá onde. Sentia-se um inútil, desolado, incapaz de fazer alguma que pudesse ajudá-la.

Tentou até voltar na sua casa, por duas vezes, pedindo que o porteiro e também um vizinho, lhe desse alguma informação caso ela retornasse. Já estava prestes a ligar para a polícia, para comunicar o desaparecimento, mas achou que seria muito precipitado da sua parte naquela hora, resolvendo então, continuar sua busca solitária.

O telefone não respondia, as mensagens não surtiam efeito, a caixa postal, era a sua única resposta e companhia, assim como a fina garoa que caía do céu pelo começo da madrugada.

Era tão triste... frio, ver as luzes que o cercavam, Paris esplendorosa criando o clima perfeito para uma noite aconchegante de amor, onde os casais que passeavam nas calçadas lhe faziam inveja, pois era assim, que gostaria de se encontrar com Kyoko.

Se ela tinha errado? Sim. Se ela poderia ter sido apenas sincera e ter evitado toda aquela confusão e constrangimento? Com certeza. Mas Kyoko, Adrien, Marinette, ele mesmo, todos, eram meros seres humanos, passíveis de cometerem erros. Ainda mais movidos pela paixão, pelo desejo, pelo amor.

Da mesma maneira, que a mestiça, cega por saber o quanto Adrien a desejava, havia feito algo que o feriu no orgulho, e de como ele também havia mentido. Igualmente a Kyoko, e a si próprio, por não ter sido capaz de segurá-la, de intervir naquela briga que só levou a tristeza de todos.

Em contrapartida, sabia que não poderia ser o herói de todos, mas de uma coisa, tinha certeza, se ao menos naquela noite, pudesse salvar sua amada e antes mesmo de virar a madrugada para o dia seguinte, segurá-la em seus braços e lhe dizer – esta tudo bem, não tem problema, você errou mas irá concertar tudo. O tempo irá apagar as feridas, mas não me abandone nunca mais, porque eu não consigo sobreviver sem você... O faria, sem pensar duas vezes.

Luka, não era o único a pensar assim.

Marinette, sentada em seu sofá, no meio da sala escura, apenas iluminada pela luz que vinha da varanda em seu apartamento silencioso, tinha a coroa dada por Adrien sobre suas pernas vestidas com o roupão rosa. Apenas seus suspiros baixos, murmúrios de lamentação eram ouvidos pelas paredes.

Adivinhe só quem vem para o jantarOnde histórias criam vida. Descubra agora