Aí que saudade do meu lar,
Onde podia apreciar a minha solitude
Sem me sentir só.
Aí que saudade de sentar a janela
E observar aquela moça tão bela
Tomar seu café matinal na varanda.
Aí que saudade de ouvir o bem-te-vi assobiar
Fazendo-me sentir presente, mesmo com meu lar ausente
E o som da ventania no meu ouvido soar.
Aí que saudade de me sentir segura
No lar onde toda dor cura
E faz o desespero cessar.
Aí que saudade do verde do gramado
Que quando meu peito encontrava-se cansado
Havia um lugar para repousar.
Aí que saudade de viver ao seu lado
Com o teu jeito desajeitado
Me pedindo para ficar.
Aí que saudade inapropriada
Com a nossa história tão notória
Que já havia de terminar.
Aí que saudade dos beijos que me dava
Após as brigas desnecessárias
Que resultaram no nosso fim.
Aí que saudade de não sentir saudade
De você, de nós, do nosso lar
Que podia se encontrar em qualquer lugar,
Desde que você e eu ocupássemos o mesmo espaço.
- Lívia Danielly Brandão
