𝐂𝐇𝐀𝐏𝐓𝐄𝐑 𝐅𝐈𝐕𝐄: Silent screams.

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Amy Crawford  Point of View

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Amy Crawford
Point of View

A sensação de sufocamento era avassaladora, como se as paredes ao meu redor estivessem se fechando enquanto eu descia as escadas. Meu coração ainda pulsava violentamente, ecoando o confronto recente com Richard. Cada passo que eu dava parecia um lembrete cruel do poder absoluto que ele tinha sobre mim, como se as sombras do passado me seguissem, prontas para me arrastar de volta àquele lugar sombrio e sem saída. O som da voz dele reverberava na minha mente, cada palavra impregnada com a satisfação sádica que ele sempre encontrava em meu sofrimento.

A marca de sua mão ainda queimava no meu queixo, uma dor que não se dissipava, como uma cicatriz invisível que eu nunca seria capaz de apagar. Meus olhos ardiam com lágrimas que eu me recusava a deixar cair. Eu sabia que, se ele me visse chorar, isso seria um convite para voltar e se alimentar da minha dor. Richard vivia de meus medos, e a noção de que minha fragilidade o fortalecia me enchia de um desespero profundo.

Quando finalmente alcancei o último degrau, a sensação de alívio foi brutalmente interrompida. Um puxão feroz em meu cabelo me fez soltar um grito engasgado, enquanto a dor explodia nas minhas costas arqueadas. Antes que eu pudesse me recompor, ele me puxou contra seu corpo, a mão apertando meu braço com força. O cheiro dele, uma mistura enjoativa de charuto e whisky, me invadiu, me afogando em um mar de repulsa e impotência.

— Aonde você pensa que vai, ratinha? — ele sussurrou com uma maldade tão afiada que cortou meu estômago como uma faca.
O apelido soava como veneno, me corroendo por dentro. Sua presença me esmagava, e eu me sentia encolher, como se estivesse prestes a desmoronar. — Isso só acaba quando eu disser que acabou, entendeu? — A ameaça em sua voz era quase um rosnado, fazendo o gosto amargo da bile subir à minha garganta.

Eu podia sentir o peso das mãos dele nos meus ombros, a pressão crescente que me impedia de respirar. Ele se inclinou para perto, e o hálito quente e fétido dele tocou meu rosto, me fazendo estremecer.

— Vou te ensinar seu lugar, de uma vez por todas — ele disse, cada palavra impregnada de uma crueldade fria. A maneira como ele falava me fazia sentir como se eu fosse um objeto, algo a ser possuído e controlado.

A mão dele se moveu lentamente, cruel e impiedosa, reivindicando meu corpo como se ele tivesse direito sobre mim. Meu coração batia tão rápido que eu achei que fosse parar. A raiva e o terror se misturavam, queimando minhas veias. Quando senti seus dedos alcançando a barra da minha saia, invadindo meu espaço, a realidade da minha impotência se tornou insuportável.

— Me solta, Richard! — Tentei gritar, mas a minha voz saiu fraca, quase inaudível, um sussurro patético. — Por favor... — Minhas palavras morriam na garganta enquanto lembranças de meu passado passavam por mim como um redemoinho, me tornando incapaz de reagir.

Ele sorriu, um sorriso vazio, sem alma.

— Você vai sentir isso, ratinha — sussurrou, sua voz venenosa me dando náuseas. O toque dele era repulsivo, uma força invasora contra a qual eu não podia lutar. Sua mão apertou o lado esquerdo de minha bunda com força, e meu corpo reagiu com um espasmo involuntário, uma tentativa inútil de me livrar do seu domínio. — Sinta o que é ser minha. Porque é isso que você é. E sempre será.

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