Capítulo 13

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Eu não sei porque, mas uma sensação ruim se estalou no meu peito assim que Bernardo saiu da casa dos meus pais. Terminei meu jantar o mais rápido possível e pedi meu irmão pra me levar logo em casa.

Até pensei em ligar, mas não quero atrapalhar ele no trabalho. Não quero dar uma de mulher controladora, porque na verdade nem mulher dele eu sou.

Chego em casa e vou direto tomar um banho. Coloco um shortinho de algodão com uma camiseta larga. Ligo a TV e me jogo no sofá. Eu não vou conseguir dormir até ele chegar.

Coloco minha série favorita pra assistir enquanto espero.  Os irmãos Winchester são uma ótima distração.

Não sei o exato momento que peguei no sono, mas acordei com a voz do Bernardo falando ao telefone.

Não Michael!!... Sim, eu estou bem... A menina está bem, mas o desgraçado fugiu, mas antes ele me ameaçou... Falou que viria atrás dela. Mas  antes dele toca-la eu meto uma bala na cabeça do filho da puta.... Vou ficar mais ligado.. Sim.. Eu acabei lutando com um dos caras que estava com ele...Ahamm... estou um pouco ferido....— Ferido??? Essa palavra faz eu dar um pulo do sofá. Mesmo sonolenta e não entendendo nada do que ele está falando, meu corpo reage à essa pequena palavra. — Ligo pra você depois Michael. — Bernardo desliga a chamada e senta na poltrona perto do sofá. Meus olhos imediatamente o examina a procura do tal ferimento que ouvi. Ele parece cansado e suas roupas estão sujas. E quando vejo o sangue escorrendo pelo seu braço meu coração para de bater por um segundo.

— Bernardo! — balbucio e ando até ele, ainda sem saber o que fazer ou falar. Ele me dá um sorriso fraco e se ajeita na poltrona. Ele solta um grunhido de dor.

Droga..droga..droga... Pensa Amanda!

Vou até o quarto e pego um kit de primeiros socorros e volto pra sala. Me ajoelho na frente dele, ficando cara a cara.

Começo a tirar com cuidado sua camisa pra avaliar a gravidade do ferimento.

— Não precisa Amanda! Eu estou bem — ele fala.

— Bernardo cala a boca e me deixa cuidar de você— rebato.  Ele joga a cabeça pra trás e solta uma gargalhada.

— Falando assim, acho que eu não tenho escolha. — ele murmura. Acabo de deslizar com cuidado a blusa pelo seus braços e...

— Puta merda Bernardo! Você levou um tiro! Você precisa ir a um hospital... Não, acho melhor ligar para médico vir aqui..ou é melhor....

— Amanda para!— ele interrompe meu falatório incessante. Respiro fundo e tento me acalmar.— Eu não preciso de um médico, a bala não ficou alojada, e não atingiu nenhuma artéria. E só limpar o ferimento. Eu mesmo posso fazer.

— Não! Eu faço.— saber disso não me acalmou. Não quando existe um buraco enorme em seu ombro. Bernardo relaxa no sofá, esperando eu começar. Ele está tão calmo... Como se já tivesse levado um tiro antes. E afinal, que merda aconteceu?

Casados por contratoOnde histórias criam vida. Descubra agora