𝐏𝐀𝐈𝐗Ã𝐎 𝐈𝐍𝐃𝐎𝐌Á𝐕𝐄𝐋, 𝘑𝘦𝘰𝘯 𝘑𝘶𝘯𝘨𝘬𝘰𝘰𝘬

Um beijo indireto

Dia Seguinte.
Sábado. Sete de Dezembro.

Eu ainda não conseguia acreditar que Jeon Jungkook havia voltado para Los Angeles e que a sua volta tinha me afetado de forma cruel, mesmo depois de dois anos sem termos nenhum contato. Na verdade, nós nunca conversamos diretamente. Os assuntos eram sempre rasos e eu não conseguia formular as palavras direito. Seria engraçado se não fosse extremamente constrangedor. Eu não conseguia compreender todo o efeito que aquele homem tinha sobre mim, efeito este que me deixava de pernas bambas e com o coração ridiculamente acelerado. O meu crush pelo Jeon conseguia ser bem mais forte do que eu pensava.

O jantar acabou cedo. Jeongguk disse que estava cansado da viagem, então não demorou muito para que ele fosse embora. Papai, em sua vez, deixou à mostra que estava muito contente com a volta do seu melhor amigo. Eu o compreendia perfeitamente, já que uma parte de mim também estava muito feliz com a volta do Jeon. Durante os minutos que esteve em minha casa, o coreano distribuiu milhares de sorrisos e confesso que o seu sorriso era o mais lindo que já vi. Os dentes brancos e grandes eram invejáveis. Jungkook era lindo demais, por completo. Ele parecia tão forte e gostoso dentro daquele jeans apertado.

— Merda, Diana... — Praguejei, respirando fundo.

Não era a primeira vez naquela manhã de sábado que me peguei pensando no corpo esculpido pelos Deuses e que, infelizmente, era proibido para mim. Sentei em frente a penteadeira e alcancei a escova de cor verde, a passando entre os fios do meu cabelo. Enquanto desembaraçava os fios, meus olhos estavam fixos no espelho. Após pentear minhas madeixas as prendi em um rabo de cavalo e me levantei do banquinho em que estava sentada, me preparando para sair do quarto. Devido aos olhares do Jeon sobre mim, eu mal consegui comer do prato que tanto gostava. Jeon Jungkook me desestabilizava por inteira.

Principalmente no momento em que o próprio fixou os olhos tão atraentes nos meus, o que me fez estremecer. Mesmo depois de ter ido embora da minha casa, o cheiro do seu perfume ainda continuava entre os cômodos. Meu pai foi dormir sorridente e eu não estava muito diferente. Quando descansei o corpo no colchão, minha pele arrepiou-se ao me recordar da forma em que ele dissera o meu nome. Seu inglês estava um pouco arranhado, diferente de um tempo atrás. O desejo que eu sentia por Jeongguk tornou-se bem maior depois que coloquei meus olhos nele, na cozinha e não podia deixar aquela atração crescer.

Era inadmissível! Afinal, eu tinha um namorado que me amava e que estava ao meu lado há dez meses. Saí dos meus pensamentos quando, no final da escada, escutei a voz do amigo do meu pai. Pensei em recuar, no entanto, desci o último degrau da escada e me aproximei da cozinha. Jungkook e Tom conversavam animadamente e eu podia ouvir o barulho das xícaras que ambos usavam. Ajeitei o macacão jeans em meu corpo e tomei fôlego, entrando no cômodo em que os dois homens estavam. Meus olhos foram imediatamente em direção a figura máscula e que usava uma camiseta branca tradicional, deixando em evidência os seus bíceps fortes e malhados.

— Bom dia, querida! — Papai saudou, sorridente ao extremo.

— Bom dia. — Sorri, me juntando a eles.

— Diana. — Jeongguk lambeu os lábios, após me cumprimentar com um sorriso de canto.

Mordisquei o lábio inferior, buscando me manter calma diante o olhar penetrante do homem alto em minha frente. Interrompi o contato visual, me servindo com um pouco de café e alguns biscoitos com gotinhas de chocolate. Eram os meus preferidos. Comecei a comer silenciosamente, com os ouvidos bem atentos sobre o assunto em que conversavam. O Jeon disse que tinha desacostumado com o fluxo de pessoas nas ruas de Los Angeles, logo cedo. A cada palavra dita por ele, eu sentia o meu estômago cada vez mais gelado. Sua voz estava mais grossa e os seus olhos um pouco menores do que o normal, devido o horário. Bebi da minha xícara, o encarando detalhadamente.