- Foram anos e anos que os nossos antepassados sofreram por carregar o fardo da cor da nossa pele. Foram amarrados e desimpedidos de poder se expressar quer oralmente como fisicamente, foram chicoteiados porque a cor não prestava, a língua não prestava, o cabelo não prestava, as roupas não prestavam e tudo que deles viesse, e assim foi ontem e está a ser hoje, dividiram os nossos antepassados pelo tom da pele e hoje dividimo-nos também, então hoje nós vamos aqui gritar juntos na escola pelos nossos direitos, não queremos distinção de peles, queremos todos ser tratados do mesmo jeito, o colega com cachos se lhe é autorizado a entrar com cabelo o colega sem cachos também lhe tem de ser autorizado, não cortem as nossas raízes, não nos tirem o direito de nos expressar com as tranças, implementem línguas nacionais na escola como implementam inglês, então hoje vamos todos gritar, em memória da Luena, QUEREMOS A DESCOLONIZAÇÃO DAS VOSSAS MENTES !!! (Discursava a Raquel entre a multidão de alunos que protestavam na escola pelos seus direitos).
- Ehhhhhh, queremos a descolonização das vossas mentes (respondia a multidão euforicamente).
... Aquele foi sem sombra de dúvidas o cenário mais bonito em minha memória embora tivesse sido mais belo se lá estivesse, já tinha finalmente a minha alma desacorrentada, e a vossa alma, está livre ou acorrentada? São livres ou escravos da mente?
"Xibata já mundu, ya ajibanda ya ajikulumuka."
Provérbio do kimbundu que significa: Nas escadas do mundo, uns sobem e outros descem.
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Somos Escravos Da Mente
Historical FictionO que dizer quando a cor da pele carrega o fardo daquilo que és? Luena é uma escrava rebelde na era colonial em Angola, tamanha rebeldia a levou até a morte mas o que o seu assassino não sabia é que ao enterrar o seu corpo estava a ser preservada a...
