Capitulo 2: Na Casa

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          Já era noite. A Gem que agora se nomeia Pérola Marinha, ou apenas Marinha, ainda olhava para o oceano. A imensidão azul, que se encontrava com o céu, outra imensidão azul, em tons belos. Poderia ficar a observar aquilo por toda sua vida. Steven e Pérola Azul ficaram com ela. Ele havia se sentado na areia que não estava tão quente quanto quando chegaram. As duas Pérolas permanecerem de pé. O garoto dá um bocejo e levanta.
          — Acho que já está tarde. — ele fala. — Vou pra casa...
          — Casa? — Marinha questiona, virando com um olhar confuso para o garoto.
          — Ah é, você não sabe o que é isso. — o garoto diz. — Posso te levar pra minha. Pra conhecer. Você quer? — ouvindo isso, ela responde com um sorriso meigo e um balançar de cabeça.
          — Então vejo vocês amanhã. — Pérola Azul diz, se preparando para ir embora.
          — Você não vai convosco...? — em um tom leve de tristeza, Marinha diz.
          — Não. — ela anda para perto da Gem com cores que lembravam água e segura suas mãos. — Mas estarei no Mini Planeta Natal. É só ir até lá.
          Ouvindo isso, Marinha sorri. Elas soltam suas mãos. Azul vai embora enquanto Marinha a observava, e Steven observava ela. Quando perde Azul de vista, a Gem com cabelos longos azuis esbranquiçados olha para a Gem do gênero masculino. Percebe que estava sendo observada por ele. Enrubesce. Percebendo isso, ele desvia o olhar rapidamente. Ele diz “Vamos”, apontando para o lado oposto ao que Azul havia seguido. Ela o acompanha, dando uma leve corrida, assim como ele.
          Chegam em lugar: uma casa grande, com dois andares, e um domo azul atrás. Ele sobe as escadas e para no topo, olhando para baixo, para a nova amiga, que estava olhando para as escadas e para ele.
          — Pode vir. — Steven diz sorrindo. — Está tudo bem. — ouvindo isso, os olhos dela brilham, e fica enrubescida. Sobe as escadas devagar. Quando está chegando no último degrau, o menino continua o trajeto, indo até a porta e a abrindo, permitindo que ela entrasse primeiro. No sofá, existiam três Gems, uma alta com tons de vermelho, azul e roxo, uma magra e alta como Marinha, e uma baixa com cabelos longos e claros.
          — Ah, olá! — uma das Gems, Pérola, diz vendo Marinha entrar e levanta para saudar.
          — Pérola, essa é a Marinha. — Steven apresenta a Gem.
          — Prazer em te conhecer, Marinha. — Pérola estende a mão. Assim como com Steven, ela apenas olhou para a mão estendida e não fez nada.
          — Você segura a mão dela. — instrui Steven, olhando para Marinha. Ela segue o que lhe foi falado, estendendo a mão direita, que estava vazia, e retribuindo o aperto da outra Gem.
          — Antes que eu me esqueça... — Pérola solta a mão e se prepara para tirar algo de sua pedra. — Para você. — ela entrega um rolo de papel higiênico para Marinha. Pegando o objeto, observa ele enquanto Pérola sorria.
          — ... — Marinha olhava para quem lhe entregou o rolo, com um sorriso tímido de gratidão, mesmo não entendendo aquilo.
          — Olá. — ouvindo uma voz, Marinha vira a cabeça, vendo uma Gem alta, com o cabelo cúbico, um visor, pele avermelhada e lábios grossos chegar perto dela. — Sou Garnet. — Ela enrubesce vendo a Gem. Por algum motivo, Marinha fica mais enrubescida que o normal na presença de Garnet.
          — Eae, Marinha. — a última Gem, que não havia falado nada surge atrás de Marinha. Ela se assusta e dá um pulo. — Sou a Ametista. Gosta de comer?
          — ...?
          — Eu te mostro... — Ametista pega o braço dela, com a intensão de levá-la até a cozinha, mas Steven interrompe.
          — Ei ei ei, acho que melhor ir devagar. — ele dá alguns passos para frente até ficar perto o suficiente das duas. — Amanhã, talvez, você ensina isso pra ela. — o garoto põe a mão no ombro da Gem que foi puxada, com Ametista soltando o braço dela. — Vamos para o meu quarto.
          Eles sobem as escadas, passando por uma gata com pelagem branca com manchas laranja e azul-escuro. Marinha gosta da criatura, pegaria ela, mas suas mãos estavam ocupadas. Chegam em um lugar. Era grande, e tinha muitas coisas ao redor. Steven senta em uma deles, que humanos chamariam de “cama”.
          — Esse é o meu quarto. — ele diz. Ela olha para o local, admirada com tudo. Guarda sua concha e seu rolo em sua pedra e começa a pegar e analisar os objetos.
          — O que é isso? — ela pergunta.
          — Um despertador do Biscoito Gatinho. — diz ele sorrindo, tendo lembranças de quando o sanduíche de sorvete metade baunilha e metade morango ainda era produzido, de seu gosto e consistência que ele tanto gostava. Ela larga o objeto ao ver a janela, que dava uma visto muito boa para a praia e o mar. Steven levanta e abre a porta de vidro, deixando-a seguir para a varanda.
          — É... tão lindo... — ela diz olhando para a luz lunar refletida na água do mar. Depois de alguns segundos, Marinha pula, indo para o topo da casa. Steven se assusta e olha. Fica aliviado dela estar apenas no andar de cima. Ele vai para o próximo andar, onde havia a estufa.
          — Marinha, você está bem? — ele grita para ela. Não obteve resposta. Ela ouviu, mas estava focada no movimento da água. Steven volta para dentro e veste seu pijama. Depois, vai para a varanda, vendo Marinha descer para ela.
          — Eu já estou indo dormir. — ele começa. — Você pode ficar ou voltar para o Mini Planeta Natal.
          — Posso ficar aqui? Observando o mar?
          — Claro que pode. — ele fala sorrindo. Sorrindo de volta, ela enrubesce mais uma vez. Steven vira para entrar. — Boa noite, Marinha.
          Sem resposta. Ela observa enquanto o meio-humano entra e deita. Volta seu olhar para o mar. Depois de cerca de uma hora, Marinha entra. Senta ao lado da cama, no chão. Observa Steven dormindo. Era tão calmo. Tão belo. Ele quase não se movia, nem emitia barulho, apesar de ver seu tórax e barriga subir e descer. Passa horas apenas olhando para ele. Não sabia dizer o que estava sentindo com aquilo, mas sabia que era algo bom. Muito bom.
          Quando ouve o objeto que havia pego mais cedo fazer um barulho incomodo e notar que Steven estava acordando, ela corre para a varanda, figindo ter ficado nela a noite toda. Os olhos do menino abrem. Ele olha para Marinha, para seu cabelo longo, que ia até seus joelhos, preso por bolinhas brancas na base e na metade. O tailcoat em forma de cauda. Ela vira para ele com um olhar reluzente. Por alguns segundos, ele consegue ver sua pedra: era elipsoidal, liso, sem faceta e oval, localizada na aponeurose toracolombar, e com uma cor um pouco mais clara que sua pele.
          — Bom dia, Marinha. — ele diz esfregando os olhos e em seguida, levantando. — O que quer fazer hoje? — ele pergunta indo em direção às escadas, e com Marinha seguindo ele. Os dois descem as escadas. Steven vai para o banheiro. Quando virou para fechar a porta, percebe que a Gem queria entrar com ele. — Ah... eu preciso de privacidade aqui... — ela estranha o que ele falara, mas não diz nada. A porta se fecha. Fica parada na frente dela. Ouve um barulho de algo caindo e quebrando, virando em direção.
          — Ametista! — Pérola diz um pouco irritada.
          — Desculpa. — a Gem lilás responde segurando um chicote de duas pontas. — Eu só queria pegar a caixa.
          — Ainda tem leite nela. Quando esvaziar, eu te dou. — Pérola havia pego uma pá e uma vassoura de sua pedra e estava varrendo o copo quebrado no chão.
          — Bom dia, Marinha. — Garnet diz olhando para quem se refere. Estava de pé, ao lado de uma mesa, na qual Ametista estava sentada na ponta oposta à dela. Marinha não responde nada.
          — Quer experimentar comida hoje? — a voz de Ametista é escutada. Ela olhava para a Gem azul. — Ou prefere começar com algo não-comestível? Tipo essa caixa de leite?
          — Não. — Pérola retruca, terminado de varrer. — Se quer comer algo, come isso. — ela ergue a pá em direção à Ametista, que abre a boca, onde Pérola joga o vidro quebrado. Marinha olha para a cena um pouco assustada.
          — Quer cereal? — Garnet pergunta, pegando uma das quatro tigelas com cereal e leite e oferecendo para a Gem tímida. Marinha aproxima-se. Pega o que a fusão oferece. Garnet ainda olhava para ela quando pegou outra tigela. Ela leva a colher até a boca. Marinha faz o mesmo depois de observar. Mastiga, e Marinha também. Depois engole.
          — Você gostou? — pergunta Ametista, que é respondida apenas com um olhar de aprovação.
          — Como fez aquilo? — ela pergunta antes de dar mais uma colherada. — Com aquele objeto longo?
          — O meu chicote? Eu invoquei ele. Quase toda Gem tem uma arma. — a Gem que ainda estava sobre a mesa diz. — Mostra pra ela, P.
          — Tudo bem. — a Gem mencionada guarda os objetos que já havia terminado de usar e se prepara para invocar sua lança. Retira ela com graça e delicadeza de sua pedra. Marinha observa o objeto, encantada.
          — Eu... também posso fazer isso?
          — Provavelmente. — Garnet diz colocando a tigela de volta na superfície onde estava e cruzando os braços. Ela dá um leve sorriso. — Tente.
          — Mas como?
          — Sei lá. Só tenta. — diz a Gem que, a alguns instantes, havia comido vidro.
          — Concentre-se. — Pérola começa a sugerir. — Com muita dedicação, você pode dominar as propriedades mágicas de sua pedra e...
          — Ligue sua mente com a energia de toda a matéria existente. — Garnet também começa, interrompendo a outra Gem. — Canalize o poder coletivo do universo através da sua pedra... — segue as sugestões. Marinha fecha os olhos. Sua pedra brilha, e ela sente algo surgir dela. Ela puxa o que era, revelando um cajado verde água com a base em forma de concha.
          — Eu...
          — Conseguiu! — Ametista diz animada, cortando a fala de Marinha. — Você invocou sua arma!
          — Meus parabéns. — Garnet diz. — Foi rápido para alguém que emergiu ontem.

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