IX

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O ranger da porta fez-se ouvir e alguém se aproximou da minha cama puxando os grossos cobertores que me cobriam para trás.

Um murmúrio em desaprovação escapou os meus lábios e rapidamente tentei alcançar os cobertores novamente, mas o irritante ser que se encontrava ao meu lado não o permitiu.

-Que queres, June? -resmunguei abrindo apenas um olho.

- São horas de te levantares. Tens 10 minutos para estares na cozinha. -ela resmungou de volta abandonando o quarto.

Rebolei para fora da cama vestindo a roupa, que se encontrava no sofá preto, em seguida.
Desci a escadaria em direção à cozinha onde a minha mãe me esperava com as chaves do carro numa mão e uma maçã na outra.

Em cinco minutos o barulho do motor deixou de se ouvir, o que me fez estremecer. O momento aproximasse e o medo apoderou-se de mim.

Com bastante receio segui a minha mãe para o interior do grande edifício, em direção à habitual e mórbida sala de espera.

Alguns minutos passaram e o meu nome ouviu-se. Levantei-me da cadeira de plástico e dirigi-me à sala que me foi indicada.

A enorme sala branca estava revestida por máquinas barulhentas, para as quais não encontrava utilidade, e um sofá preto e confortável onde me sentei.

A senhora alta e de cabelos castanhos aproximou-se de mim e sorriu.
Pegou na minha mão direita e depois de fazer algumas festinhas nas costas da mesma olhou-me como se a pedir permissão. A agulha enorme que se encontrava na sua mão fez-me estremecer, mas sorri-lhe e segundos depois senti o objecto afiado perfurar a minha pele pálida.
Um gemido de dor saiu da minha boca, e de seguida sangue foi retirado da minha veia.

A senhora de corpo esguio coberto por um horrendo vestido branco abandonou a sala, deixando-me sozinho naquele sítio que me dava arrepios na espinha.
Minutos depois um ser que nunca havia visto adentrou a sala com um tabuleiro cheio de seringas e um saco com um líquido esbranquiçado. Aproximou-se de mim e pegou no meu braço com brutidão e logo uma das seringas perfurou a minha pele e logo um gemido de dor escapou os meus lábios.

-É normal se te sentires cansado. Podes fechar os olhos porque isto vai demorar. -disse o homem com cara de mau abandonando a sala.

Recostei-me na cadeira libertando um grande suspiro. Não passou muito tempo até sentir os meus olhos a pesar, lutei contra o sono durante algum tempo mas acabei por deixar os olhos fechar lentamente, sentindo o líquido grosso correr nas minhas finas veias.

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Sxx

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⏰ Última atualização: Jan 12, 2015 ⏰

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