Capítulo quatro

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|OMAR|

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Quando ouço o grito agudo de minha filha chamando por mim, largo tudo o que estou fazendo na mesma hora e sigo em direção ao som de sua voz.

-Pimentinha? -eu a chamo com a cabeça a mil por hora, o coração disparado, e dezenas de pensamentos catastróficos e preocupantes se passando por minha mente.

Milhares de possibilidades surgem e desaparecem na mesma velocidade, quando enfim detenho meus passos ao encontrar Dafne parada em frente as portas que dão acesso a cozinha do restaurante. Puxo uma longa respiração para recuperar o fôlego após a pequena corrida que fiz até aqui, e suspiro com certo alívio ao constatar que minha ruivinha encrenqueira aparentemente está bem, e que nada de grave lhe aconteceu. Dafne apenas está...

-Papai, eu sou muito esperta! -ela exclama quase em estado de êxtase, enquanto se mantém agarrada firmemente ao pescoço de uma pessoa que está ajoelhada a sua frente.

Pelo que constato, Dafne está apertando tanto a mulher com suas garrinhas que insiste em chamar de mãos, como se temesse que a mesma fosse escapar a qualquer instante como num passe de mágica, que por um breve momento me compadeço da pobre criatura que está sendo mantida como refém de minha filha.

-Olha só quem achei... A garota das fotos! É ela mesma, papai! Veja! -minha mente forma um nó mediante a rapidez com que Dafne expressa as informações, e eu a fito sem entender ao que está se referindo.

-Lindinha, me escute. Eu não faço ideia do que está falando. Não sei a que fotos está se referindo, mas eu nunca...

Sua voz marcante é como um soco na boca do estômago... Combinado com o inesquecível par de olhos arregalados que me fitam com certo choque, as coisas finalmente começam a se encaixar.

É ela!

A ruiva da casa de shows! A mulher com quem tive a noite mais intensa da minha vida, mas que no dia seguinte havia desaparecido da cama que compartilhamos sem deixar nenhum vestígio, como se aquela noite nunca tivesse realmente acontecido de fato.

Agora tenho tantas perguntas a lhe fazer, tantas dúvidas a serem esclarecidas... como por exemplo, a razão dela ter ido embora sem termos tido a chance de conversar como dois adultos civilizados na manhã do dia seguinte, ou o porquê dela sequer ter se despedido ou deixado ao menos um bilhete com seu nome escrito e... talvez até um número de telefone.

Porém, essas e outras perguntas teriam que ficar para outro momento, pois uma pulga tinha acabado de se instalar atrás de minha orelha. A questão do século era... como é que minha filha havia ficado sabendo da existência dessa mulher, sendo que nós nos encontramos somente uma única vez e longe dos olhos sagazes de minha pimentinha? E mais, que fotos são essas que Dafne insiste em dizer que nos viu juntos?

-Senhor, peço perdão pelo transtorno. Eu acabei esbarrando com sua filha no meio do caminho, mas juro que não foi nada de grave e ela está bem agora. Não é mesmo, florzinha? Está tudo bem, não está?

O Clichê dos Apaixonados-DegustaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora