Prólogo

156 18 8
                                    

As vezes a gente precisa se agarrar a um último suspiro. Um último sinal de esperança .

Esperança.

Nunca fui do tipo de garotas que se diz espiritual ou que tenha fé, talvez eu nunca tenha tido nem mesmo esperança.

Olho para o teto, desviando o olhar de todo o sangue que rodeia o meu corpo estirado pelo chão. Meu sangue.

Meu pai colocou estrelas que brilhavam no escuro no teto do meu quarto, sempre olhávamos para elas por horas e horas, até eu pegar no sono com mais uma de suas histórias. Ele era o meu porto seguro.

"Nunca se esqueça de ter esperança, patinha. Quando tudo a sua volta estiver cercado de escuridão, procure a luz dentro de você."

Procure a luz dentro de você.

Pego toda força que sobrou dentro de mim pela grande perda de sangue e pego o celular que estava a alguns centímetros de distância.

Procure a luz dentro de você, patinha.

- 911, como posso ajudar?

Talvez meu pai ainda seja o meu porto seguro, afinal de contas.

- - - 1 ano e seis meses depois - - -

- Acorda Cassandra! - Sinto meu corpo ser chacoalhado mais uma vez e me obrigo a abrir os olhos.

- Bom dia, Beatrice. - Digo olhando para a cabeleira loira escura que me olha atentamente com grandes olhos castanhos.

- Bom dia. - Ela diz sorrindo abertamente. - Vamos nos atrasar se você não levar essa bunda da cama e se arrumar.

Beatrice é a minha melhor amiga, nos conhecemos quando entramos no ensino médio e ela sempre esteve comigo, até quando tentei meu máximo para mante-la distante.

Bea tinha aula e eu ia em uma entrevista de emprego. Escolhi vestir uma jeans acompanhada de uma blusa de manga comprida bordô, uma jaqueta de couro com uma bota preta de salto, de cano baixo.

Fiz diversos cursos de fotografia e cinema, e queria trabalhar na área da música como diretora criativa, já que estava fazendo um curso de marketing também. Disfarço o meu nervosismo e encontro Bea na porta, já sem paciência alguma.

O caminho até o café em que ia me encontrar com o meu possível proximo chefe, foi tranquilo, o som do carro branco de Bea soava baixo e sua paciência já tinha voltado.

- Boa sorte. - Ela diz ao parar na frente do café, duas quadras da sua faculdade de direito. - Lembre-se que você é extremamente talentosa e que se esse homem não te aceitar, ele que vai estar perdendo.

- Obrigada, Bea. - Lhe dou um beijo na bochecha antes de sair do carro e lhe desejar boa aula.

Preciso respirar bem duas vezes antes de abrir a porta da cafeteria.

Um.

Dois.

Quando tenho uma conversa séria eu começo a tremer freneticamente e dificilmente consigo esconder da pessoa que está falando comigo, mas tento me controlar dessa vez, já que preciso do dinheiro.

- Olá. - Digo para o homem a minha frente. Joseph Eliott, meu possível novo chefe. - Prazer, sou a Cassandra mas pode me chamar de Cass.

Ele abre um grande sorriso que me deixa mais calma, já que ele parece ser extremamente gentil diferente do homem que me entrevistou da última vez.

- Olá, Cass. - Ele balança a minha mão gentilmente e enquanto isso posso observa-lo melhor e notar os cabelos grisalhos que aparecem aqui e ali na sua cabeça. - Tudo bem com você?

- Tudo ótimo, e com o senhor?

- Ah por favor, Cass. Me chame de Joseph, acho que ainda não estou tão velho para ser chamado de senhor.

- Ah, desculpe sen... Joseph.

Ele sorri gentilmente antes de continuar.

- Eu vi o seu portfolio e ele é impressionante. - Ele diz sorrindo e segurando a pasta que lhe enviei, com todos meus trabalhos anteriores. - Você é exatamente o que eu estou procurando.

- Muito obrigada, Joseph. - Não consigo tirar o sorriso do rosto e pela primeira vez em muito tempo, estou otimista.

- Então, Cass... Como você já deve saber, eu trabalho com uma banda bem famosa. O contrato é bem criterioso e você receberia muito bem pelo trabalho.

- Sim, estou sabendo.

- Vou deixar você ler o contrato, aqui tem uma caneta se decidir aceitar.

Leio o contrato mais vezes do que pude contar mas se pudesse aceitava o trabalho sem nem ler ele, já que a única coisa mais "uau" que ele tem é que eu teria que acompanhar as turnês, já que seria a diretora criativa e fotógrafa principal da banda.

Seguro a caneta fortemente e dou um suspiro de alivio antes de assinar o meu nome no final da pilha que era o contrato.

Joseph sorri para mim de orelha a orelha antes de balançar minha mão mais uma vez.

- Bem vinda a gerência da 5 Seconds of Summer, Cassandra Steele. - Ele sorri abertamente. - Você vai amar.

Hope |c.t.h| Onde histórias criam vida. Descubra agora