O Brutamonte do Apê 210. XX

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O dia lá fora estava lindo e, mesmo com a limitação de poder ver as coisas pela pequena janela daquele avião, não puder deixar de notar como céu estava de uma azul forte naquele dia e a paisagem lá em baixo ora mar e ora terra verde completavam a beleza daquela viagem. Hugo estava tirando um cochilo ao meu lado, já a mim, estava ansioso demais para conseguir me dar o privilégio de cochilar. Segui a viagem toda colado á aquela janela desejando chegar logo.

-Amor, acorda!

Alertei Hugo para informar que já íamos pousar.

-Já chegou?

Ele me perguntou se ajeitando em sua poltrona terminando de despertar. Eu o olhei sorrindo e sem demora o respondi:

-Já sim. Vamos pousar.

A capital Bahiana se aproximava cada vez mais e eu já podia reconhecer os lugares por quais sobrevoávamos, com um sorriso gigante em meus lábios eu ia mostrando a Hugo os pontos dos quais eu já reconhecia e ele contagiado por minha energia compactuava da mesma euforia que eu sentia.

-Quem vai vir buscar a gente no aeroporto?

Ele me perguntou.

-Acho que os meus pais.

-Ok!

Sua voz tinha saído um pouco temerosa e eu entendia o porquê, mas Hugo não tinha com o quê se preocupar, os meus pais iriam adora-lo e eu já o amava independente do que acontecesse. Dei um selinho em seus lábios e pareceu ter ajudado pois sua feição já estava mais confiante.

Desembarcamos sem demora e enquanto esperávamos nossas malas aparecerem eu disquei o numero do meu pai.

-Oi filho, já chegou?

-Já cheguei sim, estou só esperando pegar a mala.

-Que ótimo, estou aqui no desembarque te esperando.

-Ok! Minha mãe está com você?

-Não! Ela ficou em casa recepcionando seus amigos.

Assim que ouvi aquelas palavras uma alegria maior brotou em mim, eu não sabia que eles estariam lá em casa, achei que os encontraria durante o feriado.

-QUE MARIVALHA!

Respondi empolgadamente surpreso. Ouvi do outro lado da linha o riso do meu pai e me despedi dizendo que em poucos minutos nos veríamos novamente.

Assim que pegamos nossas malas seguimos direto para o desembarque e a cada passo que eu dava uma nova sensação eu sentia. É difícil explicar a vocês o real sentimento em mim: eu estava alegre por estar de volta a Salvador, feliz por reencontrar meus pais e os meus amigos e tudo isso misturado a estar ali com Hugo... Meu coração estava pleno.

Assim que avistei aquele quarentão de pele bronzeada pelo sol e de olhos tão verdes quantos os meus, o meu coração bateu mais forte. Eu literalmente corri para o seu abraço e ele sem pestanejar meu abraçou com mais força. Eu e o meu pai sempre fomos muito ligados... Eu e os meus pais para ser sincero. Eles eram os meus pilares e eu não conseguia me ver sem eles, sem o amor deles e sem carinho que eles me tinham.

Não sei quanto tempo durou aquela abraço, mas foi o suficiente para eu me emocionar e derramar algumas lágrimas de alegria enquanto nosso momento "pai e filho" acontecia.

-Eu te amo pai.

Minhas palavras saíram um pouco embargadas pela emoção do momento.

-Oh meu filho, eu também te amo muito.

O Brutamonte do ApêOnde histórias criam vida. Descubra agora