Suicide

Determination

- O que vocês estariam fazendo aqui? - a mulher misteriosa disse.

Lauren e eu ficamos em silêncio até a mulher começar a berrar mais e mais vezes pedindo explicação.

- Se a senhora nos der licença, temos um médico para comparecer. - Lauren disse.

- Ei, ei, ei. Vocês não acham que vão escapar tão cedo assim, certo? Essa sala é muito confidente para duas pacientes entrarem aqui e fazerem o que quiserem. Vou levá-las para a Sra. Amélia. - disse a mulher e segurou a gola de nossas blusas e foi nos puxando para a sala de Sra. Amélia.

Eu sabia que Lauren era forte o suficiente para sair das presas dessa mulher, mas ela não o fez, acho que não queria mais confusão do que já tinha se metido. E por falar em Lauren, matar ainda era considerado crime? Eu tinha minha ficha limpa aqui, nunca tinha me metido em nenhuma encrenca, mas agora que essa psicopata chegou, eu só fiz merda.

Chegamos na sala da Sra. Amélia e pude ver seu olhar de desapontamento pairando sobre o ar. A mulher, que pelo jeito se chamava Jude, começou a falar onde tinha achado a gente e a cada sílaba que ela falava, mais tensa as duas ficavam.

Aliás, o que poderia ter de tão confidente naquela sala além dos diagnósticos dos pacientes? Eu não sei, mas Lauren claramente sabia, ao contrário, não teria entrado naquela sala.

Quando Jude saiu da sala, Sra. Amélia olhou para nós com aqueles olhos cansados e disse:

- O que eu faço com vocês? Já me trouxeram problemas suficientes por hoje. Minha obrigação agora é deixá-las em solitária até amanhã. Vocês passaram todos os limites por um dia! - ela gritou.

Eu senti meus olhos encherem de água. Eu estava com medo, nada disso já tinha acontecido comigo. Eu não merecia isso, eu fui obrigada, queria dizer, mas eu não sei o que aconteceria depois que dissesse isso, então apenas dei um olhar para Lauren como eu nunca tinha dado para ninguém antes. Eu a odiava, eu a odiava que preferiria entrar em solitária ao passar mais um dia com ela.

- Não culpe Camila. Foi tudo minha culpa. Eu a obriguei ir comigo pois queria que ela me ajudasse a vigiar para ver se alguém estivesse vindo. Eu puxei ela com minha máxima força, não foi culpa dela. - Lauren disse.

Por um momento não a odiei tanto assim, ela foi muito corajosa ao dizer isso, e ainda a odiava, mas uma parte de mim pensou que dentro daquele ser indecifrável, poderia haver um ser humano racional, e tudo isso eu estava prestes a descobrir.

Lauren pegou solitária por três dias por ter entrado na "sala proibida" e por ter me obrigado a ir para lá. Quando a Sra. Amélia disse sua pena, nossos dedos se roçaram em perfeita harmonia, até que as duas se deram conta disso e logo tiramos nossas mãos de perto uma da outra.

Sra. Amélia me dispensou e levou Lauren para a Solitária. Fui para o gramado, meu refúgio. Eu não sei o que estava acontecendo comigo, mas a tempos atrás eu nunca sentiria pena de Lauren e muito menos compaixão. Me perguntei se eu deveria comparecer á sala de Sra. Amélia já que Lauren não estava mais aqui, mas não queria me meter mais em encrenca, então compareceria.

Acendi um cigarro e comecei a pensar em Lauren. Eu nunca tinha pensando em como seu sorriso era belo. Em como cada vez que ela ficava provocadora ela ficava cada vez mais sexy.

Levantei do gramado e senti algo em mim, que estava me nocauteando todo esse tempo que estava sentada no gramado. Determinação. Estava determinada a descobrir mais sobre essa Lauren Jauregui.