Yokahoma parece mais fria que o habitual - pelo menos no meu ponto de vista.As folhas laranjas e marrons cobrem o chão esverdeado, o vento gelado me faz sentar no banco úmido que fica em frente ao lago um tanto sujo, mas ainda assim, muito bonito.
Essa indecisão está me matando.
Hoje é sexta-feira, já está perto das 17hrs da tarde e eu decidi que não iria trabalhar. Sei que é arriscado, mas preciso pensar. Minha cabeça está me matando, e eu realmente não vejo meios de resolver essa merda sem refletir sobre isso...
Sakura e eu já não... Estamos muito bem.
Lembro como fosse ontem o dia em que eu a vi pela primeira vez - talvez eu esteja me esforçando pra lembrar, talvez o meu subconsciente queira salvar essa relação, mesmo que minha razão me grite "já chega".
Acho que tínhamos entre 17 e 18 anos, pra ser honesto, não cuidei do nosso relacionamento o suficiente pra reparar nisso, Sakura já é melhor do que eu pra coisas como datas.
Mas eu lembro que ela vestia uma blusa vermelha, calças escuras e um laço na cabeça, era meiga, mesmo que o rubor violento de suas bochechas entregassem suas segundas intenções.
Eu me aproximei, inconscientemente, e Sakura sorriu pra mim. Sei que não retribuí o sorriso - ela faz questão de xingar isso até hoje -, mas eu a olhei de canto, e disse: "Oi".
Desde então estamos juntos. Isso já faz doze anos.
Talvez o tempo tenha desgastado os nossos nós até deixar-nos assim, à beira do precipício.
Fechos meus punhos dentro dos bolsos e olha através do Rio sem vida.
Eu amo o jeito que nós conversamos sobre tudo. Absolutamente tudo. Amo o jeito que ela sussurra elogios, e como cora ao ser elogiada.
Mas eu odeio o jeito como brigamos, e como temos brigado. As palavras parecem ganhar vida, nos machucamos até a ferida mais cruel e insana, e tudo isso, propositalmente.
Como ela sorri... E mesmo que eu tenha essa maldita natureza selvagem, solitária, Sakura me faz rir. Às vezes eu até esqueço minhas dores, sei que ela me fez superar tudo aqui.
Problema é que depois de cada dia de riso, o silêncio grita entre nós, cheio de segredos que não conseguimos revelar. Ela me esconde coisas. E isso me deixa louco.
Não me sentei nesse banco pra me justificar, nem pra arranjar desculpas para voltar para casa e dizer à Sakura que não podemos levar a diante isso. Estou aqui apenas pra pensar. E eu como sempre, absolutamente todo dia que eu penso, acabo neste impasse:
Ela é tão interessante e eu sou tão malditamente inseguro. Ela me deixa tão inseguro. Não, não, por Kami, ela não tem culpa disso. Eu simplesmente me sinto ameaçado, o tempo inteiro.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Os dias perdidos - Sasusaku
Short StoryColetânea inspirada em Sasuke Retsuden, sr. e sra. Uchiha e os Céus Estrelados. Contém: 🌸one-shot; 🌸two-shot; 🌸three-shot e: 🌸contos longos; Aceito sugestões de TEMAS, pode indicar em qualquer capítulo da fanfic marcando meu @.