3- Episódio

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Pov's Catra

Ela virou e me encarou sem entender o porquê de chama-la, até eu ficaria com dúvida. Ergui uma sobrancelha levantei da cadeira, cheguei perto dela colocando a mão no ombro da mesma e andei dando volta até chegar nas costas dela. Me aproximei do ouvido da mesma, e dei um sorriso de canto.

- Porque não passa o intervalo aqui comigo ? - Sussurrei e vi ela se arrepiar, porém tentou manter uma postura firme, o que falhou miseravelmente.

- E-eu tenho que ir na diretoria!- Disse virou e saiu praticamente correndo da sala

Encostei na mesa e soltei uma risada alta, isso não é nem o começo Adorinha, você que fique preparada, porque eu irei acabar com você. Deseconstei da cadeira e fui andando pro refeitório, provavelmente os traidores dos meus amigos estariam lá. Dito e feito, cheguei no refeitório, olhei em volta e encontrei os traidorezinhos.

Brotei do nada e sentei do lado da Scorpia, que olhou pra minha cara segurando o riso, assim como todo o resto do pessoal.

- CARA VOCÊS TEM PROBLEMA??- Falei alto chamando a atenção do pessoal do refeitório. - O QUE É TAMBÉM PERDERAM O CU AQUI???- Gritei irritada fazendo-os voltar ao que estavam fazendo antes.

- Calma Catra, só queríamos ajudar você...- Falou a Entrapta mexendo em alguma coisa no celular que ela não desgruda um minuto sequer.

- Calma nada, eu fiquei 4 ANOS longe daquela garota. Porque vocês acham que eu iria querer ficar com ela sozinha novamente??? Parem de ser hipócritas, vocês sempre souberam como EU fiquei!!- Levantei e sai andando ignorando a Entrapta e a Scorpia me chamando. Porra mano isso chateia, posso não deixar transparecer, mas me chateia.

Eu e a Adora sempre fomos melhores amigas, desde pequenas, pra ser mais precisa, desde os três anos de idade. Nunca tínhamos nos separado, até a mesma completar 14 anos e sumir da face da terra e consequentemente da minha vida. Nunca mais mandou uma mensagem, foi tudo do nada, um dia estávamos nos falando e no outro ela simplesmente sumiu, sem dar explicação nenhuma! Me deixou sozinha com aquela velha nojenta que vive me importunando, e depois de 4 anos aparece esbarrando em mim?

Aaaa para né, eu não sou trouxa de deixar entra-la na minha vida de novo, ela provavelmente só entraria pra estragar o meu estado emocional outra vez. Eu fui abandonada pelos meus pais e tive que ficar com a Sombria, que é a minha tia. Nunca fui com a cara dela, e nem ela com a minha, percebemos isso né gente?! E eu não estou sendo babaca, apenas estou evitando qualquer futuro sofrimento psicológico, novamente...

Dei a volta na escola e andei até o jardim que tinha atrás dela. Aqui é muito bonito, e bem cuidado também, as vezes eu fugia pra cá com a Adora, e ficávamos brincando de contar as nuvens. Tá que isso é meio brega, mas éramos crianças ok? Não tínhamos um pingo da noção do ridículo. E nem sabíamos do que aconteceria.

Suspirei fundo e sentei na grama, porque tudo tem que ser tão complicado ? Poderia ser igual antes, que assim ela não me abandonaria. Uma das vantagens de ter orelhas grandes é que, você escuta passos mesmo que estejam um pouco longe.

Olhei de canto de olho e vi a querida Adorinha, a pessoa no qual sempre fudeu com o meu psicológico. Novidade nunca foi né minha gente ? Ela chegou e sentou ao meu lado sem dizer nada, apenas se sentou e ficou encarando o imenso jardim junto comigo. Mas algum tempo depois a mesma se pronuncia.

- Hey Catra...- Virei a cabeça lentamente e vi que ela já estava me olhando.

- Fala.- Disse seca e voltei a olhar o jardim.

- Eu sei que eu vacilei feio mas- Antes que ela completasse essa frase que provavelmente me deixaria se sentindo culpada depois, eu apenas interrompi.

- Sempre tem que ter um "mas" não é? Qual vai ser o dia em que você vai deixar de ser orgulhosa? Custa ao menos me pedir desculpas Adora? Me explicar a merda do motivo no qual foi o responsável por você me deixar por 4 ANOS, SEM DIZER NADA? Não pense que vai ser fácil, porque se depender de mim você vai sofrer pra ter a minha amizade de volta. Assim como eu sofri quando você foi embora.- Levantei e sai andando sem esperar que ela dissesse algo, e ela realmente não disse, não insistiu e ficou lá com um olhar indiferente.

E não comecem a me julgar, vocês sabem oque é amor? O amor é quando você não se vê sem a pessoa que você ama, o amor é quando você cuida da pessoa que você ama, o amor é um sentimento intenso e muito forte, e era amor que eu sentia pela Adora. Só nunca soube se ela sentia a mesma coisa por mim, e se depender da minha pessoa, ela nunca vai saber que esse sentimento um dia existiu da minha parte.

Realmente não estava com cabeça, paciência, ou psicólogico pra volta da Adora na minha vida, Isso vai ser totalmente cansativo. Antes que acabasse o intervalo, entrei na sala, peguei a minha mochila e o meu caderno que eu estraçalhei, andei até a sala do diretor. E falei que não estava muito bem pra continuar as aulas, ele apenas me liberou e perguntou se eu queria que alguém me acompanhasse. O que obviamente eu disse que não.

Apanhei a minha bicicleta e pedalei até a lanchonete em que eu trabalho. "A mas com cabeça pra estudar você não tá, então porque vai trabalhar?" Gente o problema em si não é a escola, e sim a Adora. Simplesmente não dá pra eu olhar mais na cara dela hoje. Então prefiro ir trabalhar, que no caso, é do outro lado da cidade, beeemmm longe da escola. E eu dou graças a deus por isso. Porque não quero ter que encarar aqueles mesquinhos, visto que, é uma lanchonete simples, os mimadinhos com certeza não iriam vir aqui.

Assim que cheguei prendi a minha bicicleta no troço lá, e entrei indo até o donu do estabelecimento. Que por incrível que pareça era "simpáticu", meio egocêntricu e arrogante, porém "simpáticu". O nome delu é Double Trouble. Elu se diz não binário, então simplesmente não tem um gênero definido.

- Iae gatinha, o que faz aqui tão cedo?- Falou com aquele sorriso esquisito que parece perverso?

- Saí mais cedo da escola e decidi vir fazer meu turno mais cedo.- Disse e vi o mesmu assentir com aquele mesmo sorriso sinistro.

- Então pode começar minha querida.- Assenti e sai dali, aquelu ser humano é estranho.

Vesti o meu uniforme de trabalho e fui tentar trabalhar, Porque com os pensamentos a milhão não se é fácil fazer algo. Principalmente pensando naquela garota, que sempre tirou a minha paz, sanidade mental, e que desgastou o meu psicológico todinho. Mesmo ela sempre tentando "ajudar", só fazia eu me sentir mais frágil e incapacitada das coisas, porém ela nunca pareceu notar isso, não ao menos antes de me abandonar, pois talvez agora ela saiba.

E não, eu não acho que fui grossa com ela lá no Jardim, apenas disse verdades, e se ela se machucou não foi por culpa minha, mas sim por coisas que ela fez e eu apenas lembrei. E que por acaso do universo, me machucaram também.

Ah Adora, você ainda me paga.

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⏰ Última atualização: Jun 16, 2020 ⏰

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Um clichê comum AU (Catradora)Onde histórias criam vida. Descubra agora