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Escondo meu rosto entre as palmas das mãos, os burburinhos haviam tomado conta da sala assim que o professor terminou de falar

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Escondo meu rosto entre as palmas das mãos, os burburinhos haviam tomado conta da sala assim que o professor terminou de falar. Alguns estavam insatisfeitos, outros contentes, e havia aquela mínima parcela que se encontrava neutra. O garoto ao meu lado com certeza era um deles.

De qualquer forma eu estaria em uma dupla com alguém, mas seria uma opção muito melhor se essa pessoa não fosse chamativa demais.

Trevor batia a ponta da caneta azul no caderno em um ritmo rápido, provavelmente estava entediado demais com toda a situação. Na verdade, não havia um momento em que o garoto de cabelos negros aparentava não estar entediado.

O que era compreensível, isso é o inferno em forma de colégio.

Volto a encarar a mesa, pensando em como fazer aquele trabalho e me livrar dessa tarefa o mais rápido possível. Preciso, basicamente, fazer algum tipo de arte que expresse algo que eu tenha comum com a pessoa que estou formando uma dupla, e é aí que vem o quê da questão.

Não estou a fim de ter que me socializar, mesmo que minimamente, com algum aluno desse lugar.

Coço minha sobrancelha direita, o relógio na parede a minha frente mostrava que ainda faltavam dez minutos para o fim da aula. Pensei em apoiar meus braços sobre a mesa e deitar minha cabeça neles, mas assim que ameacei fazer isso, o professor se aproximou, chamando minha atenção.

— Espero que entregue um bom trabalho, pois, suas notas comigo não estão boas, e como você é a única bolsista nessa escola, isso te apresenta riscos — disse, baixo, e como se tudo aquilo não significasse nada para ele, se afastou, deixando para trás todo meu ódio acumulado.

Ele havia falado baixo, claro, mas ainda assim foi alto o suficiente para que o garoto ao lado escutasse e me encarasse.

Bom, vejamos pelo lado positivo, os outros não escutaram.

Trevor ainda mantinha seus olhos cravados em mim, analisando cada parte do perfil do meu rosto, e naquele momento minha única vontade era de sumir do mundo.

Me virei.

As íris negras continuavam me analisando, mesmo recebendo meu olhar questionador. Arqueei uma sobrancelha, percebendo uma minúscula elevação no canto direito de seus lábios, e assim Trevor voltou sua atenção para a caneta entre seus dedos.

Depois eu sou a estranha.

O sinal tocou, anunciando o fim da aula, o fim da porra de mais um dia naquele colégio, todos se levantaram alegres com o final das aulas daquela semana, mas a alegria não me contagiou também.

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