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As pessoas na rua sorriam e conversavam umas com as outras, outras andavam sozinhas e haviam aquelas que faziam telefonemas

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As pessoas na rua sorriam e conversavam umas com as outras, outras andavam sozinhas e haviam aquelas que faziam telefonemas. Diferente delas, eu apenas caminhava na rua, acompanhada, mas, ao mesmo tempo, sozinha. Era mais fácil dizer que meu corpo estava ali, se dirigindo até minha casa, e minha mente em outro planeta, pensando em mil e uma formas de terminar aquele trabalho o mais rápido possível.

Olho de soslaio para o garoto ao meu lado, o semblante calmo e a postura relaxada se faziam presente desde que conseguimos combinar sobre o que seria nosso trabalho. Com a proposta de fazer algo que esteja envolvido com o karaokê Single em mente, Trevor teve a ideia de fazermos uma colagem digital e nela usarmos uma foto do próprio estabelecimento. É uma boa proposta.

Depois disso ainda conversamos sobre como isso poderia ser feito e chegamos a um consenso: iríamos organizar nossas ideias e nos reunir semana que vem para tirar a foto do Single e começar a colagem digital. Na verdade, quem a fará será ele, porque é bem capaz de que eu acabe estragando tudo.

Trevor para na frente de uma casa não muito grande, e vejo o garoto que vive ao seu lado nos corredores do Instituto sentado na porta. Ele se vira para mim, as íris varrendo meu rosto como sempre faz.

— Nos vemos na segunda — fala, as mãos escondidas no bolso da calça, ergo as sobrancelhas, tratando de lembrá-lo do nosso combinado. — Só nos vemos na segunda — repete, rindo —, nos falamos no sábado.

— Bom garoto — brinco, fazendo com que ele soltasse um riso nasalado e balança-se a cabeça em sinal negativo. — Até.

Com um manear de cabeça nos despedimos, minhas pernas voltam a funcionar e me levam para casa. Sua companhia não era de toda desagradável, Trevor era bem mais do que aquilo que aparenta ser, e mesmo realmente tendo seu jeito intimidante que às vezes me causa calafrios, pode ter uma presença leve quando quer. Apenas quando quer.

Continuo a caminhar, a brisa fresca do fim de tarde se fazia presente e o céu estava tingido de diversas cores, como se fosse uma tela que acaba de receber várias pinceladas, cada uma delas com um tipo de cor. Azul, rosa, laranja.

Assim que avisto minha casa, um pequeno sorriso brota em meus lábios, sabendo que lá dentro alguém esperava por mim. Uma coisa era fato: a conversa que tive com minha mãe ajudou muito em como as coisas estavam indo lá em casa. Óbvio que não voltou a ser tudo como era antes, mas melhorou consideravelmente.

Pesco as chaves no bolso do macacão jeans enquanto subo os três degraus da pequena escada que separava o deck do jardim. Mesmo estando do lado de fora, pude sentir o cheiro delicioso da janta, minha mãe tinha um horário muito estranho para fazer as coisas, vamos dizer assim. Acorda, almoça e janta muito cedo, dorme muito tarde.

Ao entrar sou recebida pelo cheiro da janta com ainda mais força, além do som de Céu Azul na caixinha de música que provavelmente estava na cozinha. Dona Angeline passava grande parte do seu dia escutando ela, me arrisco a dizer que era sua favorita.

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